ATA DA NONAGÉSIMA SEXTA SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA TERCEIRA LEGISLATURA, EM 07-11-2002.

 


Aos sete dias do mês de novembro de dois mil e dois, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi efetuada a segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Ervino Besson, Estilac Xavier, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste e Reginaldo Pujol. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Almerindo Filho, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Sebastião Melo, Sofia Cavedon, Valdir Caetano e Zé Valdir. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Nonagésima Segunda Sessão Ordinária, que deixou de ser votada face à inexistência de quórum deliberativo. À MESA, foram encaminhados: pelo Vereador Almerindo Filho, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 203 e 204/02 (Processos nºs 3248 e 3249/02, respectivamente); pelo Vereador Beto Moesch, 02 Pedidos de Providências; pelo Vereador Cassiá Carpes, 01 Pedido de Providências e o Pedido de Informações nº 222/02 (Processo nº 3321/02); pela Vereadora Clênia Maranhão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 208/02 (Processo nº 3313/02) e o Projeto de Resolução nº 110/02 (Processo nº 3283/02); pelo Vereador Haroldo de Souza, 03 Pedidos de Providências; pelo Vereador João Carlos Nedel, 05 Pedidos de Providências e o Pedido de Informações nº 223/02 (Processo nº 3364/02); pelo Vereador Juarez Pinheiro, o Projeto de Lei do Legislativo nº 209/02 (Processo nº 3317/02); pelo Vereador Pedro Américo Leal, 01 Pedido de Providências. Na ocasião, face manifestação do Vereador Ervino Besson, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca do teor do Pedido de Informações nº 223/02 (Processo nº 3364/02). Também, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pelo Senhor Presidente: de autoria da Vereadora Clênia Maranhão, solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo nº 056/02 (Processo nº 1221/02) seja incluído na Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal; de autoria do Vereador João Bosco Vaz, solicitando que o Projeto de Lei do Legislativo nº 064/01 (Processo nº 1408/01) seja incluído na Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal; de autoria do Vereador Paulo Brum, solicitando que os Projetos de Lei do Legislativo nºs 145 e 193/99, 249/01 e 027/02 (Processos nºs 2788 e 3513/99, 3668/01 e 0767/02, respectivamente) e o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 010/00 (Processo nº 1985/00) sejam incluídos na Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica Municipal. Ainda, foi apregoado Requerimento do Vereador Luiz Braz, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no dia seis de novembro do corrente. Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nºs 612, 613 e 614/02, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre. Na ocasião, face manifestação do Vereador Ervino Besson, o Senhor Presidente prestou informações acerca do teor de Pedido de Informações nº 223/02 (Processo nº 3364/02), anteriormente referido, e informou a realização, na próxima semana, de reunião entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes, com o objetivo de definir prioridades na deliberação de matérias até o final da presente Sessão Legislativa Ordinária. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Marcelino Pogozelski, representante do Sindicato dos Agentes de Fiscalização de Trânsito e Transporte do Município de Porto Alegre - SINTRAN, que teceu críticas às condições de segurança disponibilizadas pela Empresa Pública de Transporte e Circulação – EPTC – para o trabalho diário de seus agentes de fiscalização de trânsito. Também, cobrou posicionamento do Executivo Municipal acerca da possibilidade de extinção da EPTC e contrapôs-se a um conjunto de decisões político-administrativas dessa Empresa Pública. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Luiz Braz, Clênia Maranhão, Juarez Pinheiro, Fernando Záchia, João Antonio Dib e Ervino Besson manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e cinqüenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta e quatro minutos, constatada a existência de quórum e, a seguir, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Reginaldo Pujol, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, iniciando-se período de GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a homenagear o transcurso do quadragésimo aniversário de fundação do Lions Clube Porto Alegre Redenção, nos termos do Requerimento nº 148/02 (Processo nº 3039/02), de autoria do Vereador João Carlos Nedel. Compuseram a Mesa: o Vereador Reginaldo Pujol, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, em exercício; o Senhor Valdir Marques, Presidente do Lions Clube Porto Alegre Redenção, e esposa, Senhora Zibina Marques; o Coronel Geraldo Miotto, Comandante do Centro de Preparação de Oficiais da Reserva de Porto Alegre – CPOR; o Vereador João Carlos Nedel, 1º Secretário deste Legislativo. Também, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores Valtair do Amaral Madalena e Ilse Teresinha Boelhouwer, integrantes do Lions Clube Porto Alegre Carlos Gomes e de representantes de diversos Distritos do Lions Clube de Porto Alegre. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador João Carlos Nedel prestou sua homenagem aos quarenta anos de fundação do Lions Clube Porto Alegre Redenção, apontando a prestação de serviços à sociedade como principal objetivo dessa instituição. Nesse sentido, exaltou o culto aos ideais cívicos e morais e citou algumas das campanhas promovidas por esse Clube, tais como a Campanha do Agasalho e a Campanha contra a Fome. O Vereador Nereu D'Avila relembrou sua participação, durante cerca de dez anos, no Lions Clube Porto Alegre Redenção e mencionou a atuação destacada dessa instituição na prestação de serviços à sociedade. Também, referiu-se à capacidade de adaptação desse Clube aos avanços da humanidade, destacando a equiparação havida entre homens e mulheres, relativamente a direitos e prerrogativas, dentro da estrutura clubística. O Vereador Isaac Ainhorn teceu considerações acerca do conceito desfrutado por clubes de prestação de serviços como o Lions e Rotary perante a opinião pública brasileira, salientando a respeitabilidade conquistada por essas instituições no País. Também, enalteceu a contribuição prestada pelo Lions Clube na geração de importantes discussões que, dada a magnitude dos temas abordados, transformaram-se em projetos de lei e, posteriormente, em legislação positiva. O Vereador Sebastião Melo reportou-se às dificuldades enfrentadas pelo Poder Público na implementação e manutenção de políticas assistenciais e exaltou a atuação do Lions Clube na promoção de campanhas sociais em prol de pessoas carentes. Também, salientou o importante papel dessa Instituição no abrandamento dos efeitos de problemas como a fome, a má distribuição de renda e a exclusão social existentes no território brasileiro. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Valdir Marques, que agradeceu a homenagem hoje prestada por esta Casa ao quadragésimo aniversário de fundação do Lions Clube Porto Alegre Redenção. Às quinze horas e cinqüenta e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e cinqüenta e nove minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, o Senhor Presidente registrou a presença dos Senhores Elton Fraga e Maria da Graça Roldão, integrantes da Comissão Organizadora da 18ª Festa do Pêssego da Vila Nova, e das Senhoras Paola Pires Machado, Elisângela de Oliveira Tozatti e Daniele de Oliveira Nunes, respectivamente Rainha, 1ª e 2ª Princesas dessa festividade. Na ocasião, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Elisângela de Oliveira Tozatti, que convidou a todos para participarem do referido evento e da 11ª Festa Estadual do Pêssego, informando que ambos ocorrerão do dia nove ao dia vinte e quatro de novembro do corrente, no Centro de Eventos Rurais da Vila Nova. Na oportunidade, foram distribuídos pêssegos aos presentes. Às dezesseis horas e três minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dezesseis horas e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Ervino Besson manifestou-se sobre a realização da 18ª Festa do Pêssego da Vila Nova, convidando a todos para participarem da abertura desse evento no próximo final de semana. Também, defendeu a necessidade da adoção de medidas, pelo Poder Público, no que tange à ampliação de incentivos à produção hortifrutigranjeira no Município e pronunciou-se sobre o VI Festfeira Colonial, que se realizará no dia dez de novembro do corrente no Amparo Santa Cruz, em Porto Alegre. O Vereador João Antonio Dib referiu-se a matérias publicadas pela imprensa, que versam sobre as eleições ocorridas nos Estados Unidos da América - EUA no dia cinco de novembro do corrente. Ainda, analisou criticamente os trabalhos desenvolvidos nesta Casa no segundo semestre deste ano, propugnando pela votação de Projetos de Lei em tramitação na Ordem do Dia e aludindo à reunião a ser realizada amanhã entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes para tratar desta questão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn teceu considerações a respeito da aprovação de Projetos por esta Casa, os quais concedem benefícios pecuniários a pessoas e posicionou-se contrariamente ao teor do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 002/01 (Processo nº 3162/01), que estabelece alterações no Código de Limpeza Urbana do Município. Nesse sentido, examinou dados pertinentes às referidas modificações, especialmente no que se refere à aplicação de multas. A seguir, foi apregoado Requerimento do Vereador Marcelo Danéris, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando que o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 005/02 (Processo nº 2734/02) seja incluído na Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica do Município. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Juarez Pinheiro reportou-se ao discurso do Vereador Isaac Ainhorn, relativamente ao Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 002/01 (Processo nº 3162/01). Ainda, explanou sobre o resultado das últimas eleições gerais, afirmando ser o mesmo a consolidação do processo democrático no País e chamou a atenção dos Senhores Vereadores para alterações ocorridas no Regimento da Casa com referência à concessão de Títulos e Prêmios. Na ocasião, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Vereadores Luiz Deloni Segatto, do PPB, e Benjamin José Copetti, do PFL, respectivamente Presidente e Vice-Presidente da Câmara Municipal de Itaara - RS, Jorge Crestani, do PSDB, Presidente da Câmara Municipal de São Luiz Gonzaga - RS, e Eusébio Santos, do PDT, Presidente da Câmara Municipal de Pinhal Grande - RS. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Luiz Braz, mencionando a aprovação do Projeto de Lei do Executivo nº 052/02, que concedeu benefício financeiro à Senhora Maria Zilah Machado, externou a postura adotada por Sua Excelência na votação de projetos dessa natureza. Ainda, apontou a importância de uma análise acurada de questões que envolvam aumento no valor de multas no Município, relatando episódio envolvendo fiscais da Empresa Pública de Transporte e Circulação - EPTC. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Antonio Dib avaliou a presença de quórum para ingresso na Ordem do Dia desta Sessão e discorreu sobre a atuação parlamentar de Sua Excelência. Também, justificou seu posicionamento quanto à tramitação, nesta Casa, de projetos que concedem benefícios individuais a pessoas necessitadas, refutando informações prestadas pelo Vereador Luiz Braz, em Grande Expediente, sobre o assunto. Na ocasião, foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Isaac Ainhorn, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Luiz Braz, lembrando sua trajetória política em defesa dos interesses da população, referiu-se à importância de cada Vereador junto aos segmentos da sociedade que representam. Nesse sentido, replicou discurso do Vereador João Antonio Dib, no que se refere à concessão de benefícios individuais através de Projetos de Lei oriundos deste Legislativo, esclarecendo seu ponto de vista sobre a matéria. A Vereadora Clênia Maranhão teceu considerações a respeito do crescimento proporcional verificado na representação feminina no Congresso Nacional nos últimos anos, analisando o papel desempenhado pela mulher na sociedade atual em decorrência de direitos conquistados ao longo da história. Também, propugnou pela priorização na votação, neste Legislativo, de projetos que visem à melhoria das condições sociais da população a médio e longo prazo. O Vereador Fernando Záchia criticou os investimentos feitos pela Empresa Pública de Transporte e Circulação - EPTC - em campanhas publicitárias nos meios de comunicação para divulgar a imagem desse órgão junto à população, defendendo maior aplicação de recursos financeiros na área da educação no trânsito e em condições materiais para os agentes de fiscalização poderem exercer suas atividades de maneira mais eficaz. O Vereador Marcelo Danéris manifestou-se acerca da discussão do Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 002/01, que estabelece alterações no Código de Limpeza Urbana Municipal e se encontra em tramitação na Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Também, questionou informações prestadas pelo Vereador Fernando Záchia durante o pronunciamento efetuado por Sua Excelência em Comunicação de Líder, acerca do trabalho educativo da EPTC junto à população da Cidade. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Vereador Benevenuto Vitorio Ruozo, do PMDB do Município de Ibarama - RS. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e apregoado Requerimento de autoria do Vereador Sebastião Melo, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando votação em destaque para as expressões “Assessor para Assuntos Jurídicos - código ES.1.05.NS - referências A, B, C, D - 10 cargos; Assistente Social - código ES.1.06.NS - referências A, B, C, D - 10 cargos; Engenheiro - código ES.1.14.NS - referências A, B, C, D - 10 cargos”, constantes na tabela do artigo 1º do Projeto de Lei do Executivo nº 034/02 (Processo nº 1357/02), o qual foi posteriormente retirado de tramitação pelo Autor. Foi aprovado Requerimento verbal de autoria da Vereadora Sofia Cavedon, adendado pelo Vereador Sebastião Melo, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Também, foi apregoada a Emenda nº 01, proposta pelo Vereador Nereu D'Avila e subscrita pelo Vereador Marcelo Danéris, Líder da Bancada do PT, ao Projeto de Lei do Executivo nº 034/02 (Processo nº 1357/02). Foi aprovado o Requerimento nº 167/02 (Processo nº 3356/02 - Requer autorização para representar esta Casa na VIII Reunião do Fórum Permanente de Presidentes de Câmaras Municipais das Capitais Brasileiras, a ser realizado nos dias treze e quatorze de novembro do corrente, em Campo Grande - MS, com percepção de passagens e diárias), de autoria do Vereador José Fortunati. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 145/02, após ser discutido pelo Vereador Isaac Ainhorn. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 034/02, com ressalva da Emenda nº 01 a ele aposta, por vinte e dois votos SIM e uma ABSTENÇÃO, após ser discutido pelos Vereadores Sebastião Melo e Reginaldo Pujol, em votação nominal solicitada pelo Vereador João Carlos Nedel, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Haroldo de Souza, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Zé Valdir e tendo optado pela Abstenção o Vereador Sebastião Melo. Após, foi aprovada a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 034/02, por vinte e um votos SIM, um voto NÃO e uma ABSTENÇÃO, tendo votado Sim os Vereadores Aldacir Oliboni, Beto Moesch, Carlos Pestana, Cassiá Carpes, Clênia Maranhão, Ervino Besson, Estilac Xavier, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Antonio Dib, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Marcelo Danéris, Maria Celeste, Nereu D'Avila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Sofia Cavedon e Zé Valdir, Não o Vereador Haroldo de Souza e tendo optado pela Abstenção o Vereador Sebastião Melo. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 034/02, o Vereador João Antonio Dib cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Reginaldo Pujol e o Senhor Presidente, face Questões de Ordem e manifestações dos Vereadores Juarez Pinheiro e Reginaldo Pujol, prestou esclarecimentos sobre a tramitação e votação dessa matéria. Também, os trabalhos estiveram suspensos das dezoito horas e um minuto às dezoito horas e dez minutos, nos termos regimentais. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Legislativo nº 142/01, que foi discutido pelos Vereadores Juarez Pinheiro, Sebastião Melo, João Antonio Dib, Carlos Pestana e Zé Valdir. Durante a apreciação do Projeto de Lei do Legislativo nº 142/01, o Vereador Isaac Ainhorn cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Juarez Pinheiro. Também, face Questão de Ordem formulada pelo Vereador João Antonio Dib, o Senhor Presidente prestou esclarecimentos sobre os trabalhos da presente Sessão. Às dezoito horas e cinqüenta minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Marcelo Danéris, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Reginaldo Pujol e João Carlos Nedel e secretariados pelo Vereador João Carlos Nedel. Do que eu, João Carlos Nedel, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Mesa informa o pedido de Licença para Tratamento de Saúde, no dia 6 de novembro, do Ver. Luiz Braz, conforme atestado médico.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente dos trabalhos, solicito a releitura, por gentileza, do Requerimento que trata do Fórum Social Mundial.

 

O SR. 1.º SECRETÁRIO (João Carlos Nedel): (Lê.) “Pedido de Informações do Ver. João Carlos Nedel: solicita informações acerca dos recursos reservados para a execução do Fórum Social Mundial em 2003 e em quais órgãos ou unidades orçamentárias estão previstos.”

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Eu quero aproveitar o ensejo e informar à Casa que a Mesa está diligenciando junto à Presidência para que se promova, na semana vindoura, o encontro da Mesa com as Lideranças para priorizarmos as matérias que serão objeto de análise prioritária da Casa até o final do ano legislativo. Com os deferimentos feitos regimentalmente, no dia de hoje, de vários Projetos para ingresso na Ordem do Dia em função do art. 81, nós já temos mais de uma centena de Projetos com condições de serem deliberados pela Casa, e, tecnicamente, será impossível que isso ocorra. Há a necessidade de um acordo com as Lideranças para priorizar aqueles projetos que necessariamente serão objeto de nossa análise e da nossa deliberação.

Passamos à

TRIBUNA POPULAR

 

O Sr. Marcelino Pogozelski, representando o Sindicato dos Agentes de Fiscalização de Trânsito e Transporte do Município de Porto Alegre - SINTRAN, está com a palavra para tratar de assunto relativo ao Plano de Cargos e Salários elaborado pela Direção da EPTC e da segurança nas atividades dos Agentes de Fiscalização, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. MARCELINO POGOZELSKI: Boa-tarde a todos. Quero agradecer à Casa, mais uma vez, e aos Vereadores desta Câmara de Vereadores do Município. Quero agradecer ao Presidente, também, por esta oportunidade.

Nós representamos o Sindicato dos Agentes de Fiscalização de Trânsito do Município de Porto Alegre. Nós vimos, mais uma vez, agradecer à CEDECONDH - Comissão de Direitos Humanos - e à DRT, pela intervenção na nossa segurança no trabalho, na nossa atividade. A DRT notificou a EPTC, orientando a dar o colete à prova de balas para os Agentes trabalharem com segurança. Mais uma vez, agradecemos, mas vimos a esta Casa dizer que continuamos fazendo as blitz, à noite, sem o equipamento de segurança, ainda. A Empresa Pública de Transporte e Circulação faz isso aí, a EPTC, sem nenhuma norma de segurança. E, principalmente, não atende aos ofícios feitos através do Sindicato e através até da Câmara de Vereadores, para que cumpra os cursos de segurança aos funcionários da EPTC, que são os Agentes que estão deficitários na segurança.

Outro ponto importante que vimos levantar nesta Casa para os senhores é sobre a legalidade da EPTC.

Qualquer pessoa pode ir ao jornal fazer um discurso, e sai no Correio do Povo: “Extinção da EPTC é solicitada”. Então, quer dizer que a extinção da EPTC é solicitada não só em Porto Alegre. Nós estivemos em Minas Gerais, e também está sendo solicitada a mesma empresa para ser extinguida do quadro.

Então, a nossa preocupação, como Sindicato, é saber se o Executivo vai-se pronunciar, mas, legalmente, saber se temos ainda legalidade para trabalhar na nossa função. Isso é muito importante, os Agentes estão inseguros trabalhando na rua, porque não sabem se vão continuar trabalhando ou se a Empresa terá condições de dar esses subsídios.

É muito fácil declarar que foi feita uma lei na Câmara Municipal. É muito simples declarar, mas será que isso é verdade? A Promotoria Pública do Município já se manifestou sobre esse assunto? Nós queremos um documento que garanta a nossa estabilidade e garanta a segurança para realizarmos a nossa atividade. Isso é muito importante.

Não adianta todo mundo ir aos jornais fazer uma declaração. Outros Estados também estão sendo questionados sobre essa atividade. Nós estivemos em Goiânia, no II Congresso dos Agentes, com duzentos Agentes de Fiscalização de Trânsito. Em Espírito Santo foi destituída a Empresa; em Caxias do Sul também foram destituídos os Agentes do quadro. Então, o que vai acontecer?

O nosso crachá, por exemplo, foi trocado pela terceira vez, e eles dizem que há uma validade até 2004. Eu não sei por que a mudança do crachá da Fiscalização. Mudam os crachás de uma hora para outra, sem critério, dizem que é para distinguir a Fiscalização de Trânsito de outras atividades. Isso é dinheiro público, temos de ver por que a mudança do crachá. Tem de se ver, também, a questão do manual do Agente de Trânsito. Trouxemos os manuais, porque o Código de Trânsito fere a Constituição em vários artigos na Legislação, e ninguém faz nada para melhorar isso aí. O cidadão não tem defesa nenhuma. Outra questão é os manuais que foram feitos. (Mostra os manuais.) Estes dois manuais foram feitos pela EPTC. Este, no início, quando nós entramos. Depois veio o outro. O terceiro está sendo providenciado. Agora, se vocês virem o manual do Espírito Santo - que é a metade do Rio Grande do Sul -, olhem o trabalho que o pessoal teve. Nós também estivemos em Brasília, o manual do pessoal de Brasília é todo constituído, programático para se fazer um bom trabalho em nível de segurança da Fiscalização. Não se tem. Tem-se umas dez linhas para se fazer, e só tem multa aqui dentro.

Outro detalhe importante: nós precisamos vir nesta Casa, porque na frente da Prefeitura dois carros foram multados, mas o pessoal fazia parte do Orçamento Participativo, e as multas foram retiradas. Foram retiradas as multas, porque eles faziam parte do Orçamento Participativo; eles tinham que chegar 15 minutos antes para fazer essa declaração. É muito simples: fazendo parte do Governo tem de ter absolvição.

Nós temos outro ponto muito importante para levantarmos. Não só na Prefeitura, como no PCA Norte, há uma ata feita ratificando a mesma questão de retirada de multa, o Secretário continua absolvendo essas multas. Foi no dia 3 de janeiro de 2002, foram retiradas multas do pessoal que fazia parte do Conselho e foram abolidas.

Outra parte importante que estamos contra também é uma dúvida que se ressalta: quando essa Administração, há dois anos, estava na EPTC - era o Mauri Cruz o Diretor - fez um PPR - Plano de Participação e Resultados. Essa Administração saiu, não deu prêmio aos funcionários – e nós conseguimos 23% de redução de acidentes. E há outra questão que estamos levantando: essa mesma Administração faz um programa funcional para os Agentes de Trânsito, sem uma avaliação com a categoria. É uma coisa muito grave. Nós queremos que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara avalie esse Decreto que saiu no Diário Oficial de Porto Alegre no dia 16-10-2002, porque muitos Agentes foram punidos por essa Administração que está aí.

Então, essa resolução não tem critérios para fazer avaliação. Então, é muito importante nós termos esse conhecimento, pois nós queremos todas as punições; se vai ter avaliação, esse programa funcional é válido? Nós queremos que sejam retiradas todas as punições, porque nas blitz os Agentes foram punidos porque não foram lá botar o corpo, a alma para não levarem um tiro na frente das pessoas. A gente não conhece quem está abordando.

Outro questionamento que a gente faz, é muito importante a gente ver isso aí: é o estacionamento rotativo de Porto Alegre. Essa questão dos 5 reais, um colega nosso foi punido porque não foi lá autuar o veículo. Nós estamos questionando esses 5 reais e essas multas dos parquímetros que estão sendo multados. Eu quero saber quem é que está multando esses motoristas nos estacionamentos rotativos se não tem Agente trabalhando no local e multando. Onde é que estão sendo feitas essas multas? Foram apurados 11,6 milhões; para quarenta carros diários foram feitas essas multas. Nós também queremos saber quem é que está assinando esses AIs - Autos de Infrações. Isso é muito grave! Nós queremos saber, porque essa parte das multas é muito importante. Os Agentes não estão ali para multar e, sim, para fazer uma operação de educação do trânsito.

Eu vejo isso como as campanhas de trânsito; não é só aqui, é em nível nacional, isso é normal; é como os buracos: a gente tapa, vem uma enxurrada, lava tudo e não resolve nada.

Nós queremos que as questões sejam resolvidas e que o Executivo seja responsável pelo que está acontecendo dentro desta Empresa Pública. Nós queremos que melhore essa situação; queremos que essas punições sejam revistas e que sejam sanados os nossos problemas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Convidamos o Sr. Marcelino Pogozelski a fazer parte da Mesa.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente dos trabalhos, eu quero cumprimentar o Sr. Marcelino Pogozelski, do Sindicato dos Agentes de Fiscalização, e dizer a ele que nós temos também as mesmas preocupações que ele demonstra da tribuna desta Câmara, principalmente com relação à legalidade do trabalho que está sendo executado por esses agentes quando no exercício da multa. Nós temos a impressão de que deveria caber a esta Câmara Municipal, Ver. João Carlos Nedel, Presidente dos trabalhos, uma consulta para que nós pudéssemos ter aqui uma resposta que desse para esta Câmara a certeza de que essa legislação que ampara hoje o trabalho dos azuizinhos, desses agentes de fiscalização, está absolutamente correta e que nós não temos de fazer nenhuma modificação nela. Eu acredito que esse trabalho está sendo feito também de uma forma irregular; mas nós, no Legislativo, temos responsabilidade pela legislação que está em vigor. Acredito que cabe à Mesa da Câmara fazer todos os questionamentos para tirar todas as dúvidas com relação a essa legislação dos azuizinhos. O Sindicato está cumprindo o seu papel. Ele vem até esta Câmara Municipal e faz a denúncia, mas cabe a esta Câmara Municipal, através da sua Mesa Diretora, prosseguir esse trabalho e dar a certeza que a população precisa com relação a esse trabalho de fiscalização, principalmente com relação à legalidade do trabalho.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Obrigado, Ver. Luiz Braz.

A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente dos trabalhos, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, queremos saudar aqui a presença do Presidente do SINTRAN, o Sr. Marcelino, que, mais uma vez, vem a nossa Casa trazer os problemas da sua categoria e os problemas que dizem respeito ao trânsito da nossa Cidade. Quero reforçar, aqui, a minha preocupação como Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, porque, em audiência que fizemos que V. S.ª e representantes da sua categoria, os técnicos da DRT demonstraram a preocupação com o uso do equipamento adequado pelos agentes de trânsito. Portanto, a informação que o senhor nos traz hoje de que essa avaliação da DRT não está sendo cumprida, acredito que é uma coisa muito grave, porque põe em situação de insegurança os agentes de trânsito que hoje trabalham em nossa Cidade. É importante essa discussão na Casa, tendo em vista que as questões relativas à orientação dos profissionais, que já é uma luta antiga da categoria, até hoje não foram refeitas e orientadas conforme as necessidades de uma cidade do porte de Porto Alegre.

Portanto, queríamos parabenizar a sua presença entre nós, nesta Casa, na tarde de hoje, e dizer que, em nome da Bancada do PPS e também na condição de Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos, colocamo-nos à disposição para intermediar qualquer solução que o segmento representado por V. S.ª possa considerar importante.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente dos trabalhos, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, Sr. Marcelino, Presidente do Sindicato dos Agentes de Fiscalização de Trânsito e Transporte do Município de Porto Alegre, pessoas que comparecem a esta Sessão, a tarefa sindical realmente é a questão da defesa dos trabalhadores. A defesa dos trabalhadores pode ser feita com qualidade ou sem qualidade. Eu me ative, já que encarregado pelo Líder da minha Bancada para fazer a intervenção em nome do Partido dos Trabalhadores, ao tema que estava colocado aqui, que era a questão do Plano de Cargos e Salários elaborado pela Direção da EPTC. O Sr. Marcelino, como sempre, quando vem aqui, é uma metralhadora giratória; ele conseguiu, no período que tinha, fazer “n” acusações e “n” manifestações, que é tarefa dele, enquanto defensor de sua categoria, e eu respeito profundamente isso, mas elas são absolutamente infundadas. Ele, aqui, não falou na questão fundamental, porque na verdade não existe um Plano de Cargos e de Carreira; ele, como Presidente do Sindicato, deveria saber que existe um Plano de Ascensão Funcional. Plano esse que o Sindicato, não fazendo o que tem de fazer um sindicato, não participou da elaboração; e absolutamente legitimado, porque num total de quinhentos e trinta e dois trabalhadores da categoria, quatrocentos e trinta e cinco elegeram a Comissão de Avaliação que vai possibilitar, Ver. João Dib, que, neste ano, sessenta e quatro trabalhadores, agentes de fiscalização possam ter ascensão funcional. Eu não aceito que uma direção de sindicato se negue a participar de uma negociação que tenha o objetivo de melhorar a qualidade do trabalho de seus sindicalizados. É um grande erro do Sindicato: não participou e agora reclama. Mas nós não estamos fechados, Sr. Presidente. Isso é possível e já demonstramos em outras ocasiões, inclusive com V. S.ª, que estamos abertos a esse diálogo. Logicamente este ano vamos fazer essas ascensões funcionais legitimadas pelos trabalhadores, sindicalizados ou não, e vamos, se quisermos, discutir na Justiça do Trabalho, neste momento, esse seria o fórum no que tange à legalidade. Sob ponto de vista de coletes, o Município não recebeu ainda nenhuma notificação na DRT, e, se for orientado nesse sentido, logicamente, teremos de acatar essa decisão, mas não recebemos até o momento nenhuma notificação. Nós sabemos que a função do agente não é uma função de policial, na verdade é de orientação da circulação.

Quanto à questão da legalidade da EPTC, é até uma afronta a esta Casa, porque essa é uma empresa pública aprovada por todos os Vereadores desta Casa, é absolutamente legal. O que se questiona, hoje, juridicamente - e realmente há questionamentos em nível nacional - é se os agentes teriam que ser estatutários ou celetistas.

Pode ficar tranqüilo, Presidente, não há nenhum problema no que tange, não à estabilidade, como, desconhecendo a legislação, V. S.ª disse, porque não existe estabilidade para celetista; existe na verdade segurança do trabalho, isso, sim, nós podemos acatar. O Presidente não deveria usar o termo inadequado “estabilidade”, porque sabe que não existe estabilidade. A não ser que ele queira usar o termo “estabilidade” sob ponto de vista popular e não sob ponto de vista jurídico e legal. Mas quem representa uma categoria, precisa usar corretamente os termos e não poderia ter usado esse termo.

Finalmente concluo, no que tange à questão das multas e dos parquímetros, o Presidente desconhece a função dos parquímetros pelo que demonstrou na sua intervenção. Há uma licitação para uma empresa que faz essa fiscalização, que é Estapar, feita da forma mais legal e dentro da Lei n.º 8.666/93. Portanto, essa metralhadora giratória não ajuda a luta dos trabalhadores, mas é essa a forma do Sindicato atuar, e temos que respeitar a autonomia sindical. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Cumprimento o Sr. Marcelino Pogozelski, Presidente do SINTRAN, e digo a V. S.ª que evidentemente para esta Casa é importante que possamos, através do Presidente do Sindicato, dar conhecimento daquilo que o Sindicato entende que acontece de irregular no aspecto funcional da EPTC, porque, às vezes, nós podemos ter a visão, a idéia crítica de sermos Vereadores de oposição e, por meio disso, ter a incompreensão dos Vereadores de situação no sentido de que estamos somente pensando em criticar. Surpresa causa a este Vereador quando constata, por exemplo, que a EPTC agora investiu 592 mil reais numa campanha de propaganda, de mídia eletrônica, institucional, quando ela quer fazer com que a população possa ter uma imagem positiva da EPTC. Ora, se a EPTC conclui que tem de investir 592 mil reais em campanha de imagem da sua empresa, constata que a imagem dela é negativa. Por que a imagem é negativa? Porque – e aí o Presidente do Sindicato está aqui, defendendo, legitimamente, os direitos dos agentes – ela não tem investido no preparo, ela não tem investido na adequação desses agentes fiscais, e eu constato, Sr. Presidente dos trabalhos, quando vejo essas propagandas na televisão, onde aparecem agentes de fiscalização muito bem vestidos, de coletes, e vejo na rua, quando ando - como todos nós andamos -, que os agentes não trabalham de coletes. Quer dizer, fazem uma imagem e tentam levar essa imagem para a população de Porto Alegre de que os agentes estão absolutamente bem vestidos, bem fardados; quando vem aqui o seu Presidente e reclama que a eles não são dadas essas condições de trabalho e reafirma que falta, cada vez mais, especialização. É por diversas razões que a imagem dos agentes fiscais hoje é negativa. Faz muito bem o Presidente do Sindicato, legitimamente amparado na função, quando vem nesta Casa, publicamente, dizer que falta especialização aos agentes fiscais, que a sensação que a população tem da imagem absolutamente negativa dos agentes fiscais é porque por parte da direção da EPTC não existe o devido preparo, a devida especialização e a devida atenção. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente dos trabalhos, Srs. Vereadores, meu caro Marcelino Pogozelski, Presidente do SINTRAN. Eu fui Secretário Municipal dos Transportes por duas vezes, tenho profundo carinho pela SMT, mas, neste momento, não posso deixar de registrar uma imensa preocupação, quando o assunto é de tal relevância: se a EPTC é legal ou não. Já consta nos jornais, seja permitido pela Secretaria Municipal de Transportes, pela própria EPTC - que têm o mesmo Presidente, o mesmo dirigente nas duas entidades vir a público sem ter sido amplamente debatido pelos servidores e pelos órgãos competentes da Secretaria. Isso intranqüiliza todos aqueles que tem preocupação em ver a Cidade melhor, com o trânsito fluindo melhor, quando a Secretaria não se entende com os seus servidores. Então, a coisa realmente é muito complicada. E eu preciso registrar, neste momento, com toda a clareza, que eu estou imensamente preocupado. Eu acho que falta comando na EPTC e na SMT, porque é essencial que os servidores tenham acesso ao comando para trocar idéias. Não precisam eles trocar idéias de forma pública. Primeiro se debate dentro da própria Casa, mas - pelo que eu entendi, o debate não é possível. De qualquer forma, eu quero dizer que, na forma da Lei, a EPTC é uma empresa pública sob a forma de Sociedade Anônima, na qual eu entendo que o Município detenha todas as ações, apesar de ser de caráter privado. É uma empresa pública, e eu acho que, como tal, ela deve ser respeitada e considerada, mas esse respeito e consideração começa pela Direção. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Ervino Besson está com a palavra nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente dos trabalhos e Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, Sr. Marcelino Pogozelski, Presidente do Sindicato dos Agentes de Fiscalização de Trânsito do Município de Porto Alegre – SINTRAN, com todo o respeito que eu tenho por esta Casa, por todos os Vereadores, eu não concordo com o que disse o Ver. Juarez Pinheiro, de que o Presidente veio aqui trazer uma “metralhadora giratória”. O Presidente veio aqui defender a categoria que tem a responsabilidade, hoje, de fiscalizar o trânsito de Porto Alegre. Agora, como vários Vereadores já se manifestaram, eu acho que a Cidade tem hoje, na atuação dos agentes de fiscalização, uma forma não muito bem vista na Cidade. Nós temos que entender que também o Executivo tem que investir em cima dessas pessoas, para que elas sejam preparadas. Elas têm que ser preparadas, porque pessoas que entram para exercer uma função de tamanha responsabilidade têm que ter preparo para lidar com uma cidade que nem Porto Alegre, com problema de trânsito como nós temos em Porto Alegre. Portanto, tem que ter investimento em cima dessas pessoas. O que faz o Presidente do Sindicato? Traz essas reivindicações a esta Casa para ter o apoio desta Casa para solucionar o problema dos agentes. É a função dele, ele está defendendo uma categoria, e qual a entidade que ele tem que procurar? É a Câmara Municipal.

Portanto, fica aqui o apelo, acho que o Executivo tem que investir e dar condições para que os trabalhadores possam defender as suas funções com um serviço de qualidade para a população da cidade de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Agradecemos a presença do Sr. Marcelino Pogozelski na Tribuna Popular.

Suspenderemos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h53min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol - 14h54min): Estão reabertos os trabalhos. Antes de iniciarmos o período das Comunicações, a Mesa quer submeter ao Plenário o Requerimento da inversão da ordem dos trabalhos, com a realização, neste momento, do período do Grande Expediente, que hoje é destinado a assinalar o transcurso do 40.º aniversário de fundação do Lions Clube Porto Alegre Redenção, nos termos do Requerimento n.º 148/02, de autoria do Ver. João Carlos Nedel.

Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Reginaldo Pujol para inversão na ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados (Pausa.) APROVADO.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Com muita satisfação, registramos a presença do Presidente do Lions Clube Porto Alegre Redenção, Valdir Maques e senhora; do Sr. Comandante do CPOR, Coronel Geraldo Miotto, a quem convidamos a fazer parte da Mesa. Registramos também a presença entre nós de vários integrantes do Lions Clube pertencentes a vários de seus distritos, seus clubes, dentre os quais queremos destacar a representação do Lions Clube de Porto Alegre Carlos Gomes, que se faz representar nesta ocasião pelo Leão Valtair do Amaral Madalena e sua Domadora, Ilse Teresinha Boelhouwer. Estamos muito satisfeitos pela presença de ambos entre nós.

Esta homenagem decorre de uma iniciativa do Ver. João Carlos Nedel, que, hábil e tempestivamente, requereu e teve deferido o seu Requerimento pelo Plenário da Casa. Nessas condições nós temos a satisfação de oferecer a tribuna ao ilustre Ver. João Carlos Nedel para que ele, em nome da Casa, possa-se manifestar em homenagem ao Lions Clube Redenção.

O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, como proponente, em Grande Expediente.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, em exercício, Ver. Reginaldo Pujol; Sr. Presidente do Lions Clube Porto Alegre Redenção, Sr. Valdir Marques e sua esposa Zibina; Sr. Comandante do CPOR, Cel. Geraldo Miotto; Sr. Mário Marin, Presidente da Região; Sr. Veli Mendes Miguel, Presidente do Lions Clube Rio Branco; do Lions Ipiranga, Nelson Costa; Vice-Presidente do Lions Moinhos de Vento, Helenita Ferreira; Dr. Marcos Stifelmann, com a sua esposa e companheira, e Luiz Steinbruch, fundadores do Lions Clube Redenção; Sr. Rosauro Barbosa da Silva; Sr. Valtair do Amaral Madalena, representante do Lions Carlos Gomes e sua esposa Ilse, nossa Diretora Legislativa; Sr. Joni Jorge Kaercher, do Lions Clube Centro; Sidney Aragon dos Santos do Lions Menino Deus e candidato a Vice-Governador para a gestão 2003/2004; Vilson de Oliveira Castro, do Lions Balneários; Dr. Ézio Rezende da Fundação do Projeto Pescar; Cel. Sabino Cotegipe da Cunha, meu conterrâneo do Lions Clube Independência, companheiros leões, companheiras domadoras, amigos, Vereadores, Vereadoras.

Viktor Frankl, criador da logoterapia, a psicoterapia através do sentido da vida, costumava repetir a seguinte frase, atribuída a Nietzsche: “Quem tem um para que viver quase sempre encontra um como viver.”

Pessoalmente, eu acredito que o meu PARA QUE VIVER pode ser encontrado no Evangelho de Cristo e identificado pelo verbo SERVIR. Assim, acredito que a felicidade pode ser melhor obtida fazendo do dom da vida uma vocação para o serviço. Esse foi o principal motivo pelo qual ingressei na política.

Esse foi, também, então, um dos fortes motivos por que aceitei, no ano passado, o convite para ingressar no Lions Clube Porto Alegre Redenção. Pois tive, naquela oportunidade, o vislumbre da possibilidade de, nesse valoroso Clube de Serviços, dar curso eficaz à materialização de meus anseios por melhor servir à minha cidade. E acreditei, desde o primeiro momento, que, no Lions, ampliaria a minha possibilidade de realização de coisas palpáveis, geradoras de frutos imediatos, redutoras das tantas carências sociais de que padece a comunidade porto-alegrense.

Estou hoje mais do que convencido da correção de meu SIM ao Lions. Pois encontrei no Lions Redenção, naquele ano presidido pelos meus padrinhos Humberto e Ivoni Lambert e hoje sob a Presidência do casal Valdir e Zibina Marques, uma operosidade acima das minhas expectativas, na qual me vejo quase deslocado, pelos meus escassos recursos de capacidade e possibilidade. São de entusiasmar as ações realizadas junto à Pequena Casa da Criança, fundada pela saudosa e inesquecível Irmã Nely Capuzzo; as ações de saúde, aqui em Porto Alegre e em Torres; a Campanha do Agasalho; a Campanha contra a Fome e, também, o intercâmbio cultural de nossos jovens com diversos países, como os Estados Unidos, a Inglaterra, a África do sul, a Bélgica, a Austrália e tantos outros.

Assim é o Lions Clube Porto Alegre Redenção:

É um Clube que se interessa, ativamente, pelo bem-estar social, moral, cívico e cultural da comunidade.

É um clube que promove o fortalecimento dos laços de amizade, do bom companheirismo e da compreensão recíproca entre seus membros.

É um Clube instigante, que propõe e anima à prática da solidariedade, um dos pontos centrais da Doutrina Social Cristã, e incentiva o civismo, fator essencial da cidadania.

É um Clube que estimula nas pessoas a mentalidade de serviço, para assim prestarem às suas comunidades, sem recompensa financeira pessoal, estimulando à eficiência e promovendo a ética no comércio, na indústria, nas profissões, nos serviços públicos e nos empreendimentos privados.

Desse modo, o para que existir o Lions Redenção reforçou e deu ênfase ao meu próprio para que viver.

E, por tudo isso, fiz questão que os 40 anos de Fundação do Clube não passassem despercebidos nesta Casa, o que me levou a propor a realização desta homenagem, durante o Grande Expediente de hoje.

Parabéns a todos os homens e mulheres que integram o Lions Clube Porto Alegre Redenção, bem como aos que o integraram no passado, alguns aqui e presentes, por serem capazes de levar seu ideal avante.

Parabéns à atual Direção, por tão bem saber conduzir e preservar a destinação maiúscula do Lions Redenção.

Mas quero, antes de encerrar, reforçar aqui a sugestão que fiz, quando de minha admissão ao Clube:

Que o Lions Redenção lidere uma grande campanha em favor da mais importante das instituições sociais, que é a família, contrapondo-se às inúmeras investidas adversas que, de algum modo, a fragilizam e podem comprometer sua existência.

E, desde já, como cidadão, como homem público – e também como membro do Lions Clube Porto Alegre Redenção – coloco-me à disposição para colaborar nessa campanha que, certamente, agregará motivação vital à maioria das pessoas que integram nossa comunidade.

Feliz Aniversário, Lions Clube Porto Alegre Redenção. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra por cedência do Ver. João Bosco Vaz em Grande Expediente.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente dos trabalhos e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Componentes do gabinete do Distrito LD3, companheiros de outros clubes de Lions de Porto Alegre e do Interior que prestigiam esta homenagem que a Câmara faz, por iniciativa do Ver. João Carlos Nedel, aos 40 anos do Lions Porto Alegre Redenção.

Eu não tinha tempo em Grande Expediente, hoje, e agradeço ao colega e amigo João Bosco Vaz, que gentilmente me cedeu seu tempo para eu poder me dirigir, em nome da nossa Bancada, do PDT, aos leões, domadoras e amigos do Lions que aqui comparecem. Sinto-me muito contente, muito honrado e evidentemente não poderia faltar com a nossa homenagem, que é uma homenagem da Câmara – e, portanto, da população de Porto Alegre – aos 40 anos do Redenção.

O Redenção é uma das estrelas da constelação leonística de Porto Alegre e do Rio Grande, do Distrito, que era L8 e hoje é LD3, o qual tive o privilégio e a honra de, durante mais de 10 anos, conviver como companheiro leão, nesse movimento que eu classifico, junto com o Rotary e outros movimentos internacionais, como propulsor não só da paz mundial, do desenvolvimento da cultura dos povos, mas principalmente pelo fomento daquilo que lhe é peculiar e fundamental, que é o binômio companheirismo e serviço. Então, os 40 anos do Redenção, nesse movimento leonístico aqui do Rio Grande, aqui nas cerca de duas dezenas de clubes que têm em Porto Alegre, sempre se destacou perante o Lions internacional e perante os outros distritos do Rio Grande e do Brasil, agora que são divididos em regiões, portanto, agora na Região Sul, pelo empenho, pelo trabalho, pela categoria e competência de seus clubes componentes e, individualmente, de seus leões e agora de suas companheiras, porque desde a época em que estive, muito honrosamente, no movimento leonístico - e digo em todos os eventos do Lions - me considero um leão honorário. O grande avanço do leonismo, acompanhando, aliás, o avanço da humanidade, o desenvolvimento da humanidade foi dar à domadora não apenas a condição de um apêndice do leão, mas dar o status de “companheira leão”, ou seja, de anos para cá, acompanhando o desenvolvimento da humanidade e a inserção da mulher no desenvolvimento e na grandeza desse desenvolvimento pari passu com o homem, o Lions acompanhando esse desenvolvimento concedeu às domadoras o privilégio e a força, e, aliás, é de justiça, que elas também tenham como “companheiras leão”, os mesmos direitos e privilégios do leão. Isso mostra o desenvolvimento que as mulheres obtiveram em todos os setores, inclusive no movimento leonístico. É importante esse movimento que tem um desdobramento nos seus parâmetros internos de que um governador do distrito é da Capital e outro do interior para haver o equilíbrio, equilibrando que a Capital, que tem cerca de duas dezenas de clubes, e o Interior que tem mais, mas que haja esse equilíbrio que é democrático, que é salutar e que faz bem ao movimento, tanto individualmente, no campo individual, dos serviços e do companheirismo, que são os pilares fundamentais do leonismo, tanto quanto clubístico, pelas suas qualidades de trabalho, de propostas sociais, de campanhas. Quantas campanhas do Redenção com o Valdir, que tantos anos lidera, mesmo não sendo o Presidente, nos gabinetes? Lembro-me do tempo em que o Alfeu Nilson Mallmann foi Governador, seu colega Engenheiro na Secretaria de Obras, de tantos anos e já naquele tempo o Valdir despontava como liderança e agora volta à presidência do Redenção na comemoração dessas quatro décadas tão importantes do Lions Redenção na constelação dos clubes do distrito. Durante esses 40 anos, quantas centenas de campanhas, por exemplo, foram feitas? Lá no Redenção nas suas reuniões de trabalho, tenho certeza, já dá para preencher cinco, seis, dez folhas de tantas campanhas como demais outros clubes e o Distrito mesmo, o antigo LD-8, hoje LD-3, desenvolveu em prol da comunidade. Aqueles que não conhecem os movimentos como o leonismo internacional, do qual o Redenção faz parte, que tem como fundamento a busca também, além de fomentar o companheirismo, de desenvolver a amizade, tem o serviço e o serviço não é em prol dos leões, das companheiras leoninas. Não, é em prol das comunidades, pari passu. Seria como nós Vereadores. É claro que nos elegemos em nome da população não para trabalhar por nós, mas esta Câmara Municipal trabalha para a comunidade de Porto Alegre, nas suas multifacetadas variantes. Procuramos representar toda a Cidade, e que aqui está por diversas Bancadas representadas. No leonismo é a mesma coisa. Seus fundamentos de ordem interna são o companheirismo, mas de ordem externa, o serviço; e o serviço é consubstanciado como? Exatamente através das campanhas, da busca de serviços à comunidade, da busca de ajudar aos menos favorecidos e dar status e conceder àqueles menos privilegiados que têm inserção nos componentes da dignidade mínima desta sociedade que maltrata tanto os seus desiguais.

Portanto, nesses 40 anos do Redenção, eu que conheço, acompanho pari passu, mesmo não sendo um movimento, às vezes, há pessoas acompanhando, presenciando, recebendo boletins – está aí o Wilson Castro, o homem do boletim. Então, naturalmente, dá para ver o imenso trabalho, acompanhar, exatamente como eu faço, o imenso trabalho de todos esses clubes e do leonismo como um todo.

Agora, não há dúvida de que comemorar 40 anos é um privilégio, e para quem como o Valdir e tantos outros que aqui revejo, nesta tarde, desses 40 anos, certamente mais de 20 anos já estão no movimento leonístico e por isso sabem, conhecem o que eu estou falando é a pura realidade clubística e distrital.

A Câmara Municipal fica muito lisonjeada de poder recebê-los a todos nesta tarde, ao ensejo dos 40 anos do Redenção e que essas comemorações possam servir de realce, não só da individualidade do Redenção, que é uma história que nós estamos privilegiando e festejando hoje.

É evidente que a abrangência do Redenção está inserida na abrangência da estatura do movimento que é consubstanciado num Distrito, agora LD-3, e que honra de ter um Clube como o Redenção. Durante quatro décadas honrou as mais caras tradições do leonismo internacional que, desde 1917, sob a inspiração de Melvin Jones, trouxe para o mundo este movimento internacional que hoje cativa, atrai e que é exercido por homens de responsabilidade e de liderança, que tanto nos honram e que, hoje, homenageamos estes 40 anos do Lions Clube Porto Alegre Redenção. Parabéns Valdir, parabéns Zibina, levem aos demais componentes do Redenção, da jaula do Redenção todo o nosso carinho e o nosso abraço por essas quatro décadas de honrada história. Muito obrigado.(Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Eu gostaria de ressaltar a minha satisfação pessoal por estar hoje dirigindo os trabalhos da presente Sessão, neste dia em que o Lions Redenção é homenageado, com muita justiça, pela iniciativa do Ver. Nedel e pela disposição de todos os Vereadores da Casa, que reconhecem a relevância dos trabalhos desse Clube de serviço, nomeadamente o núcleo que está sendo objeto de homenagem. Ao registrar a minha satisfação ao ilustre Presidente do Clube homenageado, Valdir Marques e sua esposa, quero também registrar a minha satisfação de ver aqui conosco o Comandante do CPOR Coronel Geraldo Miotto, que é, Ver. Pedro Américo Leal, um dos grandes e notáveis integrantes do Exército de Caxias e que tem no seu currículo a passagem pelo 5.º Regimento de Cavalaria Ligeira da minha querida Quaraí. Meus cumprimentos.

 

(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente dos trabalhos e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Uma saudação especial ao meu colega autor desta iniciativa, Ver. João Carlos Nedel. Eu queria, nesta oportunidade, dizer que só não sou leão, porque sou rotariano. Mas o nosso convívio é o mais fraternal que possa existir, até porque, cada vez mais, os clubes de serviço ganham respeitabilidade e projeção em nosso País, depois de longa maturação e lutas de natureza comunitária. Havia alguns ranços partidários até, que tinham certas resistências ao movimento de clube de serviço, diziam que dele não participam trabalhadores, o que é um equívoco. Mas, felizmente, as próprias vertentes políticas que tinham esse preconceito hoje fazem a sua autocrítica. Reconhecem o papel que desempenham os clubes de serviço, o extraordinário trabalho comunitário. Apenas em relação ao Lions Redenção, eu faço aqui a lembrança e a invocação das ambulâncias que há anos este Clube, Ver. Nedel, doou à Campanha de Doação de Ambulâncias ao Hospital Pronto Socorro. E, permanentemente, o Lions vem desenvolvendo as suas atividades sempre integradas à comunidade e profundamente arraigadas ao sentimento de solidariedade e de amor ao próximo. Eu diria até, Ver. Nedel, que não é apenas um monopólio da doutrina social cristã, porque ela remonta, Ver. Nedel - e eu ouvi atentamente o seu discurso do meu gabinete -, ao Velho Testamento. Então, é uma herança e é um patrimônio das religiões monoteístas, dessa concepção, desse princípio de solidariedade, de amor ao próximo, de prática da caridade, já que, muitas vezes, isso remonta ao Velho Testamento, cujas tábuas da lei, tiveram o seu primeiro momento lá no Velho Testamento, foram entregues pelo supremo Arquiteto do universo a Moisés. É uma continuidade, e essa continuidade atinge também o conjunto de religiões que pregam o amor, a solidariedade e esse espírito de fraternidade. E é isso que o Lions pratica, junto com outros clubes de serviço, diuturnamente, através desse trabalho.

Esta Câmara, aqui, tem tido um trabalho extremamente integrado com Lions. Recordo-me ainda, quando Presidente desta Casa, autorizei, a pedido do seu governador, a realização - certamente, alguns dos leões e leoas, domadoras aqui presentes compareceram -, da convenção maior de Lions aqui neste Plenário da Câmara Municipal de Porto Alegre. A participação nos assuntos comunitários é decisiva na atividade de Lions assim como nos demais clubes de serviço.

Eu digo, com humildade, que muitos projetos, muitos dos temas que aqui tratamos e que se transformaram, alguns, em projetos de lei e outros em leis nasceram de sugestões oriundas de clubes de serviços. É esse o papel que o Lions, Rotary e outros clubes realizam de importância.

Por isso, nesta oportunidade, Sr. Presidente dos trabalhos, em nome pessoal, em nome do nosso Partido, o PDT, nós gostaríamos de fazer essas reflexões e essas considerações, por ocasião dos 40 anos de Lions Clube Redenção. E o faço com mais alegria ainda, porque este Clube está arraigado também às minhas raízes, onde tenho profundas ligações que é o Bairro Farroupilha, sucedâneo da Redenção e o Bairro Bom Fim, ali é o centro das grandes atividades desta instituição.

Portanto, a nossa saudação e o registro da importância dessa solenidade para destacar o trabalho comunitário municipal, com projeção nacional, com projeção internacional.

Agora mesmo, nós protocolamos nesta Casa um Projeto de Lei que tem muito a ver com os clubes de serviço. Protocolamos um Projeto prestando uma homenagem a um cientista, cuja ação teve enorme projeção e salvou milhares de vidas de crianças, e do sofrimento e da dor, para crianças e pais. Protocolei, há alguns dias, uma homenagem a Alberto Sabin, este que teve um papel decisivo, talvez dos mais importantes, ao lado da penicilina e algumas descobertas fundamentais para a ciência salvadora da humanidade, para a ciência médica. E ali na frente do Centro de Saúde Modelo, eu me antecipei, Ver. Pedro Américo Leal, à agilidade e à rapidez do seu colega de Bancada, Ver. João Carlos Nedel, e pude dar o nome de Albert Sabin à parte fronteira do Centro de Saúde Modelo, próximo à Rua Jerônimo de Ornelas, a designação de Praça Albert Sabin, onde ergueremos também um busto de Albert Sabin, grande lutador na luta contra a poliomielite. Portanto, Sr. Presidente Valdir Marques, fazemos a saudação também a sua esposa, porque as mulheres, como aqui se referiu o Ver. Nereu D’Avila, têm um papel fundamental na vida do Lions, na atividade do Lions Clube. A nossa saudação também às nossas domadoras, que aqui se fazem presentes, algumas hoje também com o papel de presidente de Lions Clube. Isso revela, como disse o Ver. Nereu D’Avila, a ascensão e o papel da mulher dentro do movimento de Lions. Parabéns aos 40 anos do Lions Clube Redenção. Vida longa a este clube! Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Sebastião Mello está com a palavra por cessão de tempo do Ver. João Carlos Nedel em Grande Expediente.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. João Carlos Nedel; colegas Vereadoras e colegas Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) A nossa saudação muito afetiva às autoridades nesta justíssima homenagem que a nossa Casa Legislativa presta, na data de hoje, ao 40.º aniversário da fundação do Lions Clube Porto Alegre Redenção. Esta Casa presta, sem dúvida alguma, muitas homenagens em vários momentos, em várias ocasiões, nas suas Sessões Ordinárias, Extraordinárias, nas Sessões Solenes, mas quando esta Casa homenageia o Lions está fazendo uma justíssima homenagem. A humanidade vive, nos dias de hoje, grandes desafios em todas as suas áreas, e o Poder Público foi ao longo da sua constituição se esvaindo das suas funções precípuas, especialmente na área social. Quero dizer aos colegas de Lions que o terceiro setor da sociedade mundial, e aí o Lions se destaca, ponteia, hoje cumpre o papel extremamente relevante, especialmente na área social. As entidades não-governamentais, as chamadas ONGS, vêm ocupando, ao longo das últimas décadas, um papel de extrema relevância para resgatar a cidadania. Nós sabemos que o Lions adota especialmente programas sociais. No caso pontual de Porto Alegre, o meu Lions, que é o Lions Ipiranga adotou a Associação Comunitária da Vila Nossa Senhora de Fátima, onde há um grande trabalho de voluntários com campanhas, jantares, almoço para poder resgatar um pouco da dignidade daquelas pessoas. Estou dando esse exemplo, ele se multiplica para o Partenon, passando para o Sarandi, chegando na Ilha da Pintada, ele se espalha pelo Rio Grande afora, pelo Brasil afora e pelo mundo afora, no momento em que o mundo inteiro vive um grande desafio que é o desafio da solidariedade humana, da fome, da miséria, da exclusão social, da má distribuição de renda, de uma exclusão fantástica, e o Lions cumpre esse papel, um clube de prestação de serviços que tem como fulcro a solidariedade, o resgate da cidadania, a parceria com a sociedade civil organizada.

Cumprimento V. Ex.ª, Sr. Presidente dos trabalhos, por esta iniciativa. Realmente, no momento em que estamos vivendo esses desafios da humanidade, quando esse terceiro setor, que é composto de voluntários das mais diversas áreas da sociedade e que se predispõe a se somar a um clube de serviço e nesse clube prestar e dedicar um pouco da sua vida além do seu quintal. Esse é o sentido da vida humana, que não se reserva ao apartamento ou a casa do cidadão, mas se reserva em conviver socialmente, e não podemos falar em conviver socialmente, se nós, efetivamente, não diminuirmos a distância monumental de poucos que ganham tanto e da maioria que não ganha quase nada ou absolutamente nada. Esse papel de conscientização, em primeiro lugar, é porque o assistencialismo, às vezes, tem de ser pontual e resgatar até uma questão pontual, mas o Lions o cumpre também, Ver. Nereu. Quantas vezes nós, aliás, participamos daquele extraordinário Congresso do Lions que houve aqui, neste Plenário, com palestras inovadoras, no sentido das relações humanas, da qualificação das pessoas, do sentido da vida, do sentido do humanismo, o papel fundamental, em primeiro lugar, de qualquer entidade, que não é apenas fazer a campanha para melhorar a pintura de uma creche, a pintura de uma igreja, para levar comida a uma sociedade faminta, isso, tristemente, hoje nós temos de fazer no País. Que bom que um dia não se precise fazer isso, não só no Brasil, mas em lugar nenhum do mundo. Mas essa é a triste realidade hoje da nossa pátria.

O Lions cumpre um papel muito grande e ele faz acontecer. Quantos jantares nós já fomos, Ver. Nedel, em benefício ao Lar Santo Antônio, esta instituição que não merece só o nosso carinho, mas merece a nossa contribuição por aquilo que ela faz, e o Lions lá está, atuando com o seu voluntariado em parceria com a referida entidade e tantas outras que se multiplicam dentro e fora de Porto Alegre.

Por isso, Presidente homenageado e queridos colegas do Lions, leões e domadoras, o nosso abraço muito fraterno em nome da nossa Bancada, a do PMDB, em meu nome pessoal, em nome do Luiz Fernando Záchia, que também compõe a nossa Bancada. A nossa homenagem também ao Vereador que pediu para incluir hoje na homenagem do Grande Expediente esta homenagem para o nosso Lions. Que a gente possa continuar nessa batalha sem trincheira, que é uma batalha, não daqueles que detêm mandato ou que pertencem ao Executivo, ou que detenham cargos em esferas públicas ou estatais, mas essa luta é uma luta da sociedade. Não há um País que se liberte se não houver solidariedade humana, se não houver, evidentemente, uma diminuição dessa abismal distância de uma concentração de renda monumental que tem no nosso País. Que País magnífico, Ver. Pedro Américo, é o nosso! Extraordinário. Mas não existe país extraordinário se o seu povo vai mal, e nós todos temos responsabilidade, especialmente um clube de serviços como o Lions.

Por isso, um abraço fraterno, parabéns pelo aniversário. A luta e a caminhada continuam, os desafios continuam e esta Casa, evidentemente, se sente também muito honrada, hoje, pela iniciativa de um dos seus Pares, em poder homenagear não apenas o Lions-Redenção, porque, ao homenagear um Lions Distrital, nós estamos homenageando, com certeza, por extensão, uma instituição quase que centenária de luta, de trabalho, de solidariedade, de respeito à vida humana. Muito obrigado, Sr. Presidente e um abraço a todos. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Presidente do Lions Clube Redenção, Valdir Marques, está com a palavra.

 

O SR. VALDIR MARQUES: Sr. Presidente dos trabalhos, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Por iniciativa do Ver. João Carlos Nedel, a Mesa Diretora concedeu de programar no Grande Expediente de hoje, 7 de novembro de 2002, homenagem ao Lions Clube Porto Alegre Redenção pela passagem de seu 40.º ano de fundação, que transcorrerá no próximo dia 19 de novembro.

Sinto-me envaidecido, como Presidente do Clube homenageado, em usar da palavra. Estou no movimento há 29 anos e pela segunda vez ocupo a presidência do Clube.

 A história do Leonismo começou há 85 anos quando o americano Melvin Jones, nosso fundador, em convenção de delegados de clubes, em Dallas, Estado do Texas, de 08 a 10 de outubro de 1917, oficializou a fundação do Leonismo.

Hoje, o movimento leonístico está presente em cento e oitenta e nove países, com um número de quarenta e quatro mil, setecentos e oitenta e seis clubes e fazem parte um milhão, trezentos e sessenta e dois mil, trezentos e oitenta e dois associados.

É a maior organização não-governamental do mundo e o maior clube de serviço do nosso universo.

O atual presidente da Associação Internacional é o chinês Kay K. Fukushima. É oportuno lembrarmos que dois brasileiros ocuparam o cargo: João Sobral e Augustin Soliva.

O Leonismo existe no Brasil há 50 anos, tendo quarenta e três mil, seiscentos e vinte e cinco associados em mil, oitocentos e nove clubes espalhados por todos os Estados.

História do Lions Clube Porto Alegre Redenção. (Retirado do nosso Boletim de n.º 178, 1996, páginas 18,19 e 20; trabalho do nosso ex-companheiro Dr. Aldo Leão Ferreira, intitulado “Visão Histórica do Lions Clube Porto Alegre Redenção”) Coube ao saudoso companheiro Ody Só dos Santos, então Presidente do Lions Clube Porto Alegre-Farrapos, fundar um novo Clube, que foi o Clube Padrinho, sendo padrinhos individuais Izaias Dreizike e Fernando Costa Borges.

O grupo fundador, composto de dezoito integrantes, teve como seu primeiro Presidente Raphael Zippin.

O Dr. Marcos Stifelman, um dos fundadores, é o único que integra o nosso quadro associativo; Luiz Stenbrug está afastado; o Dr. Marcos Stifelman, sempre acompanhado de sua esposa, Dora; os demais, ou se afastaram ou, como pássaros, voaram para a eternidade, deixando-nos indeléveis recordações de companheirismo e de amizade, consolidada na tolerância e no amor fraterno.

Durante esses 40 anos, o Lions Clube Porto Alegre-Redenção realizou campanhas, das quais destacamos: sinaleiras da Avenida Ipiranga; reconstrução da Colônia de Férias dos Surdos e Mudos, em Capão da Canoa; máquina de tecer para o Instituto Santa Luzia; regularização dos imóveis do Asilo Padre Cacique; ambulâncias para o Hospital de Pronto Socorro; Qualidade de vida, objetivando a detecção de diabete, hipertensão, exame precoce do câncer de mama e colo uterino, bem como exames preventivos de doenças dos olhos.

Diversos Ministros de Estado, Vice-Governadores, Secretários de Estado e outras autoridades e intelectuais realizaram palestras.

Destacamos as sempre inúmeras campanhas pequenas e filantrópicas de nossas domadoras.

O Lions Clube Porto Alegre Redenção é composto atualmente por vinte e seis pessoas, sendo treze companheiros leões, cinco companheiras leoas e oito domadoras.

Para o ano Leonístico 2002-2003, o Clube efetivou já as seguintes campanhas:

Qualidade de Vida, em Torres, em parceria com o Clube co-irmão de lá; Desfile da Mocidade na Semana da Pátria; Palestra relativa aos objetivos da Fundação Ensine a Pescar, onde, Élzio, convido nesta oportunidade para trabalharmos juntos numa parceria; participação ativa com a assessoria do Intercâmbio Juvenil, jantar no Clube 35.

As mulheres também ocuparam o seu espaço no Leonismo. A nossa atual Vice-Governadora, Iara Corso, casada com Flávio Corso do Lions Clube de Tramandaí, será a primeira governadora mulher do Distrito de DL-3.

No exercício de 2003 e 2004, já temos duas candidatas mulheres: a Sr.ª Gládis Lovatto, casada com o ex-governador Hélio Lovatto e Sr.ª Alvair Portella de Andrade.

Zibina, conheço-te desde 1947, tinhas 8 anos e eu 16 anos. Vivemos juntos... (Palmas.) Em dezembro, completaremos 43 anos de casados, mais 2 de noivado, o que dá 47 anos. De 8 aos 16 anos, ela menina e eu adolescente; ela me pescou, agarrou-me, estou solidário com ela. Muito obrigado, Zibina!

Continuo: o nosso programa de ação: doação de 30 kg em leite em pó para a Casa Menino Jesus de Praga; brinquedos e gêneros não-perecíveis para a creche Tia Beti; parceria com a Pequena Casa da Criança, Centro Comunitário da Vila Maria da Conceição, buscando, quiçá, recursos a fundo perdido através do MEC; conseguimos a doação de vinte instrumentos musicais, destinados às crianças da mesma instituição. Está em tramitação na Fundação de Assistência Social e Cidadania, a pedido das Irmãs de Caridade Vicentinas, a solicitação de um terreno onde se possa edificar um pequeno pavilhão, destinado à distribuição de sopa aos moradores de rua. Atualmente, o Instituto Santa Cecília, dirigido pelas irmãs Vicentinas, distribui em local impróprio, na Rua Vicente da Fontoura, 2234 -, almoço para aproximadamente cento e cinqüenta indigentes. O Lions Clube Porto Alegre Redenção dará o projeto arquitetônico, os projetos complementares e a responsabilidade técnica gratuitamente.

Escolhemos, quando assumimos a presidência do Lions, o lema-pensamento de Camilo Castelo Branco: “Depois do céu, o que mais faz milagres é o amor”.

Queremos aqui destacar dois itens que julgamos importantes em nossa programação:

1 - a compreensão entre os homens, a cidadania e o civismo, como integração da nossa nacionalidade - mostrando aos jovens o amor à nossa querida Pátria;

2 - a ajuda e estímulo às nossas entidades assistenciais, mas entendemos, somente através do encaminhamento baseado no lema “Ensine a Pescar”.

Leonisticamente, os Estados do Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul, congregam nove distritos e nove governadores, o denominado Conselho de Governadores do Distrito Múltiplo. O seu atual Presidente é o gaúcho Helson Weber de Oliveira e sua companheira Marilene. O Distrito Múltiplo congrega quinhentos e quarenta e quatro clubes com treze mil, duzentos e oito associados. Pertencemos ao Distrito LD-3, tendo como Governador Nilo Bernardi e sua esposa Maria Aparecida. O Distrito é composto por sessenta e oito Clubes com mil, quinhentos e trinta associados. Possuímos o Distrito LD-3, a Fundação de Assistência Social, sendo seu Presidente Aldeney Rocha da Costa.

Agradecemos à Mesa Diretora, aos que aqui se manifestaram, aos Vereadores pela homenagem do nosso 40.º ano de fundação.

Agradecemos a atenção e a presença que nos prestigiou.

Encerro falando em amor. “O amor, há três palavras na língua grega: eros, filia, ágape.” O primeiro, eros, é o sentimento amoroso, a paixão pela qual quem ama quer a pessoa amada só para si. A segunda, filia, indicava a afeição que os deuses dedicavam aos homens ou que o amigo sente em relação ao amigo. A terceira, ágape, que sugere, na literatura bíblica, para designar um tipo de amor bem diferente dos dois anteriores. Significa o amor que tem uma única referência, que se projeto num tu, seja ele o tu de Deus ou o tu do homem. É o amor gratuito.

Amor que não pede, mas dá.

De Ricardo Reis, escritor português:

“Para ser grande, sê inteiro: nada teu exagera ou exclui.

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és no mínimo que fazes.

Assim em cada lago a lua brilha, porque alta vive.”

Obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Depois desta declaração de amor, vamos ver a recepção pela esposa.

Nós estamos encerrando a presente homenagem, agradecendo a presença das autoridades, de todos os nossos companheiros de Lions, representantes, amigos, muito obrigado pela presença de todos.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h53min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel - 15h59min): Estão reabertos os trabalhos.

Registramos com muita alegria a presença das integrantes da Comissão Organizadora da 18.ª Festa do Pêssego da Vila Nova, e os integrantes Sr. Elton Fraga, Sr.ª Maria da Graça Roldão, a Rainha Paola Pires Machado, 1.ª Princesa Elisângela Tozatti e a 2.ª Princesa Daniele de Oliveira Nunes, acompanhados do nosso Vereador anfitrião Ervino Besson. Solicito que a Rainha ocupe a tribuna para fazer o convite aos senhores e senhoras Vereadores, e os pêssegos podem ser distribuídos para os Vereadores.

 

A SRTA. ELISÂNGELA DE OLIVEIRA TOZATTI: Eu gostaria de convidar a todos e ao Presidente dos trabalhos, Ver. João Carlos Nedel, para comparecerem no sábado, agora, na 11.ª Festa Estadual do Pêssego e na 18.ª Feira do Pêssego de Porto Alegre. Gostaríamos de contar com a presença de todos, vai ser muito importante. Agradecemos se vocês forem. (Palmas.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Muito bem. E vai dar para comprar pêssego lá? Tem bastante?

 

A SRTA. ELISÂNGELA DE OLIVEIRA TOZATTI: Vai ter muito pêssego, e se faltar, a gente colhe mais.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Porque o Ver. Zé Valdir aprecia demais um pêssego. Ele quer saber se tem o suficiente.

 

A SRTA. ELISÂNGELA DE OLIVEIRA TOZATTI: Tem para dar, vender e ainda sobra.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Então, onde que será, repita, por favor.

 

A SRTA. ELISÂNGELA DE OLIVEIRA TOZATTI: Vai ser na Vila Nova, na Rua João Salomoni.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Fica perto da onde? De frente a Igreja, fica no Salão...

 

A SRTA. ELISÂNGELA DE OLIVEIRA TOZATTI: Fica um pouquinho antes da Igreja São José, para baixo.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Pois não. E qual é o horário?

 

A SRTA. ELISÂNGELA DE OLIVEIRA TOZATTI: O evento vai começar às 11h e vai até às 20 horas.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): No próximo sábado?

 

A SRTA. ELISÂNGELA DE OLIVEIRA TOZATTI: Esse sábado agora.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Até?

 

A SRTA. ELISÂNGELA DE OLIVEIRA TOZATTI: Vai até o dia 24.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Até o dia 24.

 

A SRTA. ELISÂNGELA DE OLIVEIRA TOZATTI: Inclui os feriados e os finais de semana.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Muito bem, sejam muito bem-vindas. Nós convidamos a população de Porto Alegre para esse evento. E agora, por favor, os Vereadores não agüentam mais a vontade de comer os pêssegos. Podem distribuir.

 

A SRTA. ELISÂNGELA DE OLIVEIRA TOZATTI: Pois não.

 

(Procede-se à distribuição de pêssegos.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Suspenderemos a Sessão por dois minutos para a entrega dos pêssegos. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h03min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel - 16h05min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Grande Expediente por cedência de tempo do Ver. Haroldo de Souza.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente dos trabalhos, Srs. Vereadores e Sr.as Vereadoras, quero fazer, hoje, dois registros e, ao mesmo tempo, dois convites. Mas antes disso, eu queria fazer um agradecimento muito especial, muito carinhoso ao nosso colega, Ver. Haroldo de Souza, que me concedeu seu tempo.

Como já foi dito, a Câmara recebeu a visita da rainha e das duas princesas da 18.ª Festa do Pêssego da Vila Nova, e nós queremos aqui fazer este registro, para que todas as pessoas da nossa Porto Alegre, da Grande Porto Alegre divulguem a 18.ª Festa do Pêssego, porque quanto mais pessoas comparecerem mais incentivo darão para os produtores. O plano dos produtores é que neste ano seja comercializada uma média de 80 a 85 toneladas de pêssegos, todos produzidos na região da Vila Nova.

Ali também teremos diversos produtos feitos com frutas da região: tortas fabricadas com pêssegos, morangos; o famoso carreteiro campeiro, o peixe na taquara, doces, sucos, schmiers, produtos fabricados na região.

Quero destacar, também, que no dia 5, às 15h, foi aberta a colheita do pêssego na propriedade do Sr. Normélio Bertacco.

Faço esse registro e, ao mesmo tempo, chamo a atenção desta Casa, pois o Sr. Normélio Bertacco é um dos produtores, é um dos heróis produtores que ainda resistem, com muita luta, com muita galhardia, ainda conservando essa área produtiva.

No coquetel de abertura, eu conversava com o Sr. Normélio, esse homem simples de mão calejada, como vários outros que estavam lá, e ele me dizia algumas coisas, bastante preocupado.

Sabemos que hoje, meu caro Ver. Pedro Américo Leal, os nossos produtores lutam com extrema dificuldade; por isso essa gente tem de ser amparada, essa gente tem de ter o apoio dos órgãos competentes para que possa, sim, permanecer nas suas propriedades, produzindo.

O Sr. Normélio me fez algumas observações, para as quais eu chamo a atenção desta Casa. Dizia ele: “Eu já recebi uma visita, aqui na minha propriedade,...” - no decorrer da discussão e votação do IPTU, vamos abrir uma discussão ampla nesta Casa, Ver. João Antonio Dib - “...de uns fiscais, porque eu crio aqui meia dúzia de porcos para o meu consumo, porque sobram muitas verduras e frutas. Os fiscais me disseram que eu não posso mais criar porcos, porque esta é considerada uma área urbana.” Vejam V. Ex.as, será uma ampla discussão que teremos aqui. Se é uma área produtiva, uma área urbana onde se pode produzir, por que não se pode criar meia dúzia de porcos para o sustento da família?

Então, vejam a responsabilidade que esta Casa terá. Se nós queremos - e acredito que a Cidade quer -, esta Câmara terá a obrigação de ficar ao lado do povo, ao lado da Cidade, defendendo esses heróis produtores que ainda resistem.

O Sr. Normélio me dizia e também outros produtores: “Cada vez mais estamos sendo sufocados por loteamentos irregulares e clandestinos. Irá chegar um momento em que não poderemos mais produzir.”

É essa a discussão que deverá ser feita aqui nesta Casa. Em breve, votaremos aqui, neste ano ainda, um Projeto do Ver. João Antonio Dib, com um Substitutivo deste Vereador, para que possamos recuperar a área rural da cidade de Porto Alegre, em benefício dos nossos produtores e da preservação do nosso cinturão verde, para que os produtores possam ter segurança para trabalharem e produzirem esses produtos, como V. Ex.as estão aí, muitos de vocês, provando os pêssegos de excelente qualidade que ainda são produzidos no cinturão verde da nossa Capital do Estado do Rio Grande do Sul.

Reforço mais uma vez este convite. Quem nos assiste pela TVCâmara, que fale com o seu vizinho, convide os seus amigos para que compareçam no sábado, dia 9 de dezembro, às 11h da manhã, na abertura da 18.ª Festa do Pêssego, na Vila Nova. Esperamos que o povo compareça para que os nossos produtores se sintam prestigiados e para que eles possam vender, vender cada vez mais os seus produtos e que consigam, assim, o intento deles, o retorno daquilo tudo que eles investiram na sua propriedade. Estão aqui o cartaz e o convite. (Mostra o cartaz e o convite.)

Outro convite que eu quero fazer é para, na próxima semana, no dia 10, no Amparo Santa Cruz, na Estrada Costa Gama, o 6.º Festival da Feira Colonial. Terá almoço com diversos produtos coloniais. Portanto, neste final de semana, não precisam os porto-alegrenses e moradores dos municípios vizinhos dirigirem-se ao interior; nós teremos, na cidade de Porto Alegre, vinhos de excelente qualidade, queijos, copas, salames, todos esses produtos poderemos encontrar na Vila Nova - na Festa do Pêssego - e no Amparo Santa Cruz.

Vocês que nos assistem pela TVCâmara e os que nos acompanham aqui nas galerias espalhem este convite aos seus amigos e vizinhos para que os nossos produtores consigam, sim, o intento que todos nós esperamos: que vendam e vendam muito os seus produtos, porque não há incentivo maior do que essas pessoas se sentirem prestigiadas pelos seus produtos, e assim, cada vez mais, produzirem. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente dos trabalhos e Srs. Vereadores, nós dizemos: “Criança, ama com fé e orgulho a terra em que nasceste. Não verás, jamais, País como este”. Como tinha razão o poeta quando escreveu a sua poesia belíssima, que nós aprendíamos no primário! Apesar de tudo, este extraordinário País, com um povo maravilhoso, consegue crescer.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, este, realmente, é um País que tem que ser olhado com profunda admiração pelo povo que tem. Eu tenho todas as restrições por não acontecer aqui uma reforma política. Nós temos, hoje, a imprensa do mundo mostrando que o Presidente americano detém maioria no Congresso, porque conseguiu eleger cinqüenta e três Senadores. E tem maioria na Câmara, também, porque conseguiu eleger duzentos e poucos Deputados. Vale dizer que ele tem cem Senadores nos Estados Unidos e quatrocentos Deputados. Só que, lá, tem cinqüenta Estados. Só que, lá, tem cinqüenta vezes ou mil vezes o dinheiro que o Brasil tem. Apenas não tem um povo tão competente quanto o nosso, que consegue crescer, apesar de tudo.

Nós temos quinhentos e treze Deputados, oitenta e um Senadores para vinte e sete Estados. Nós chegamos a ter Senador que provavelmente não conheça o Estado pelo qual ele é Senador. Ele mora no Maranhão e é Senador lá pelo outro lado, da outra extremidade do Brasil. E a filha dele também é Senadora pelo Maranhão.

Mas nós crescemos assim mesmo, porque o povo trabalha. Agora, o Congresso nunca pode se reunir, não tem tempo. E quando eu digo que eu preferia que a Câmara tivesse vinte e um Vereadores, tem gente querendo brigar comigo, a começar pelo meu querido amigo Ver. Pedro Américo Leal.

Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é uma Câmara festeira, mas a Cidade ainda cresce, apesar das festas que nós fazemos aqui. Ontem, nós votamos sete Títulos, mas há uma plêiade de jovens aí buscando solução para um problema que os aflige, porque há uma data marcada, 8 de dezembro, e nós não pudemos votar ontem o Projeto de Lei que cria cargos de Contador, que é o que está em debate.

Há mais de um mês este Vereador solicitou comissão para tratar do problema dos servidores do Montepio e do próprio Montepio. Não sei nem onde está o documento. Mas há ainda políticos que trabalham sete dias por semana e a qualquer hora do dia ou da noite. Ontem, às 22h, o Ver. Sebastião Melo me telefonou e nós já acertamos o problema do Montepio. Se não conseguirmos fazer uma comissão da Câmara, vai à Comissão de Finanças e nós vamos buscar as soluções. Mas nós não podemos fazer o nosso trabalho, porque o documento está por aí e não se sabe onde.

Ontem eu fui advertido duas vezes. Eu conheço o Regimento, eu leio o Regimento. Primeiro, porque eu disse: “Olha, entra na Ordem do Dia”. E eu fiz exatamente dentro do que preceitua o Regimento. Terminaram as Comunicações de Liderança: Ordem do Dia. Eu não posso prever que alguém vá ocupar a tribuna ou vá participar da Mesa, eu não tenho porque fazer isso. Foi a primeira advertência. A segunda, quando eu disse que se fazia a votação para uma pensão para uma criatura, que por certo deve merecer; havia 22 Vereadores no Plenário, deu 20 votos favoráveis e 02 abstenções, uma delas foi minha. E quando eu disse que não foi unanimidade, foi-me mostrado que abstenção não é voto. Mas se havia 22 Vereadores e só 20 Vereadores votaram favoráveis, não havia unanimidade. Eu até pedi que retirassem do quadro a abstenção.

E quanto ao problema de auxílio a essa pessoa, que realmente deve precisar, e eu não coloco dúvidas, mas há muito mais pessoas nas ruas da Cidade precisando, e nas mesmas condições dessa pessoa. Eu havia trazido um documento da Casa do Artista Rio-Grandense, do qual eu vou ler apenas dois parágrafos. Estavam pedindo para que a Prefeitura de Porto Alegre desse uma contribuição para os artistas iguais à artista que ontem foi beneficiada e que estão pedindo de forma diferente, não é um salário mensal de dois salários mínimos. A situação da Casa do Artista é precária, faltam recursos para tudo, desde a manutenção dos seus próprios imóveis e móveis, utensílios que a guarnecem, colchões, cobertas, roupas de cama, mesa e banho, até a alimentação. Quem sabe, alguém que nos ouça, de repente, mande lá para a Casa do Artista Rio-Grandense alguma dessas coisas que estão faltando.

Essa alimentação que é fornecida aos albergados é muito precária por falta de recursos, constituindo-se atualmente – segundo informações – de uma ração composta de arroz, massa, feijão e azeite. Não recebem, na alimentação diária, nem carne, nem verduras e nem frutas.

Quem sabe se nós tivéssemos distribuído os pêssegos que aqui foram distribuídos para os artistas velhinhos que estão lá na Casa do Artista Rio-Grandense eles tivessem, realmente, um aproveitamento muito melhor.

Então, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu temo que, dentro de alguns minutos, se entre na Ordem do Dia e não haja quórum. As coisas são realmente sérias, nós temos pessoas que confiam em nós e precisam de nós! E quero que haja quórum! Eu quero que haja decisões! Não se pode fazer isso com as pessoas que nos mandaram para cá para resolver problemas e não para criar problemas! Que nos mandaram para cá para comparecer permanentemente nas Sessões plenárias, para comparecer nas sessões das Comissões! Eu não posso entender de forma diferente.

Por isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu também não entendo que a Mesa, há poucos minutos, tenha pedido que amanhã ou depois - não sei se marcou a hora - Mesa e Lideranças se reúnam para escolher entre a centena de Projetos que existem e os que vão ser votados. Nós tínhamos que votar à medida que entram nesta Casa, de acordo com as necessidades, e não deixar Projetos de dois a três anos para serem votados. Amanhã nós vamo-nos reunir, porque estamos chegando no fim do ano; em outubro não votamos praticamente nada! Amanhã nós vamos decidir o que votaremos até 15 de dezembro. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente dos trabalhos João Carlos Nedel; colegas Vereadores, o assunto que vamos tratar é da maior importância, visto que envolve uma das funções básicas da atividade da Prefeitura de Porto Alegre, em um Projeto que tramita aqui e muito nos preocupa. Mas, antes, uma saudação especial ao Ver. Dib, autor de um Título de Cidadão de Porto Alegre, que ontem até não pudemos votar, e, outro dia, atendendo a um apelo especial, concedemos uma pensão especial, uma aposentadoria especial a uma funcionária pública num caso específico, que o Ver. João Dib entendia ser uma questão de justiça e apelava a todos nós. Nossa saudação ao Ver. Dib, que é tão atento.

Sr. Presidente, o que nos traz aqui é a proposta do Executivo Municipal de alteração do Código de Limpeza Urbana da cidade de Porto Alegre. Os senhores não vão imaginar os absurdos da fúria tributária que eu identifiquei e que certamente outros colegas já devem ter identificado. Fiz o cálculo e trago um a um aqui para o conhecimento de V. Ex.as do que pretende a fiscalista e penalizadora política praticada pelo PT na Administração de Porto Alegre.

Há diversas alterações nas multas em relação a infrações na área do Código de Limpeza Urbana. O art. 7.º prevê, atualmente, considerando a UFM - Unidade Financeira Municipal -, que é de 1 real e 29 centavos, que a multa pela transgressão daquele artigo é de 118 reais para casos leves; 237 reais para casos graves, ou seja, a leve é de 100 UFMs, e a grave é 10 mil UFMs, e a média 1.291. Vejam V. Ex.as que a leve hoje é 17 reais, a Administração propõe ao art. 7.º 129 reais; de 17 reais para 129 reais; a média, 1.291 e a grave de 237 reais e 56 centavos para 12 mil, 913 reais. Repito: de 237 reais e 56 centavos para 12 mil, 913 reais, ao art. 7.º.

Vou trazer aqui outros casos para a avaliação de V. Ex.as. O art. 25 que atinge o laborioso setor de lancherias, bares e restaurantes de Porto Alegre, é um acinte, um desrespeito a esse povo trabalhador de Porto Alegre! Hoje o art. 25 propõe multa para os estabelecimentos com área de comercialização igual ou inferior a 20 m2, os estabelecimentos são obrigados a terem três recipientes de lixo; a multa para a transgressão varia de 1 a 2 UFMs, até que a pequena, seria de 5 reais a 10 reais. Muito bem, agora, não se justifica por não ter o recipiente passar de 10 reais para, a leve, 25 reais e a grave 2.553 reais, penalizando bares e lancherias. Será que está certo? Há casos aqui, por exemplo, de 30 reais a leve para 64 reais, mais de 100%; e a grave de 153 reais para 6.456 reais. São milhares de percentuais de aumento nas multas de infração em relação à taxa de lixo. De 100 reais para 12 mil reais, está aqui, calculado à disposição da Bancada do Partido dos Trabalhadores esse acinte, esse desrespeito aos segmentos que trabalham em bares, lancherias, restaurantes; os ambulantes sujeitos à multa de 2, 4 e 6 mil reais, multas essas que hoje dão 40, 50 e 100 reais!

É esse o Governo Popular que está instalado na cidade de Porto Alegre e que quer aumento de 100 mil por cento nos aumentos dos infrações de lixo? Já se definiu aqui em relação aos aumentos das infrações de trânsito que elevaram a números estratosféricos, agora, 100 mil por cento. Tem caso aqui. E o Governo de V. Ex.ª, Vereador, que é fiscalista e que penaliza a população, está querendo aumentar as multas em infrações na área de lixo.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Estilac Xavier.)

 

O SR. ISAAC AINHORN: Não, mas eu vou dar um exemplo a V. Ex.ª, se me permite, para encerrar. Há o caso do art. 43, de 153 reais, para 12.913. Eu vou lhe dizer: art. 43, inc. I do Código do Lixo. Art. 43: “Constitui ato lesivo à limpeza urbana. Inc. I: “Depositar, lançar ou atirar nos passeios, vias ou logradouros públicos, papéis.” Hoje, a violação desse dispositivo varia de 3 reais a 153 reais. Hoje, na proposta do governo petista, de V. Ex.ª, vai de 25 reais a 12.913. V. Ex.ª faça o cálculo. Está aqui à disposição. Tem de estudar o Processo, Ver. Estilac, V. Ex.ª estava muito preocupado, este ano, e com muito talento conseguiu ser eleito para a Assembléia Legislativa, mas não pode, simplesmente, dizer “não é, não é”. Há necessidade, Ver. Estilac, de estudar o Processo. V. Ex.ª foi consagrado pelas urnas, agora ajude esta Cidade a impedir a aprovação dos absurdos das multas de lixo que querem impor à cidade de Porto Alegre, por infrações de lixo.

Esta é a denúncia e é a manifestação que fazemos da tribuna desta Casa. Este Projeto não tem de ser rejeitado, tem de ser retirado imediatamente para estudo, porque entendo que as Bancadas de oposição, que são majoritárias nesta Casa, não devem permitir sequer o exame da matéria, devem rejeitar in limine. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Apregoamos o Requerimento, já deferido, do Ver. Marcelo Danéris que pede que seja incluído na Ordem do Dia, por força do art. 81, o Proc. n.º 2.734 de 2002, PELO n.º 005/02, que altera o art. 12 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre.

O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente dos trabalhos Ver. Nedel, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, pessoas que nos assistem. O Ver. Isaac Ainhorn terá resposta do nosso Líder no tempo de Liderança. Eu havia preparado já uma outra manifestação e a tautologia do Ver. Isaac a gente já conhece e conhece também a posição do Ver. Isaac, Vereador que é contra a progressividade tributária e contra fazer justiça fiscal neste Município, a partir do momento em que se altere a Planta de Valores, fazendo com que pessoas que têm propriedades menores paguem mais imposto do que outras pessoas que têm propriedades de menor valor.

A partir de uma reflexão feita ontem com o Ver. Leal e também com outros Vereadores, conversava com o Ver. Záchia neste momento, pouco antes desta intervenção e dizia a ele que iria fazer a intervenção nesse sentido, que é uma intervenção um pouco de autocrítica, uma intervenção de autocrítica minha e de autocrítica também desta Câmara de Vereadores, para aqueles Vereadores que assim entenderem que as minhas palavras são adequadas.

Essa necessidade de reflexão nasceu de uma votação ocorrida ontem nesta Casa em que foram votados dois Títulos de concessão do Prêmio Honorífico Teresa Noronha a duas pessoas magníficas e que eram merecedoras do Título. A questão não é esta a que eu quero abordar, até acho que todas as professoras, pelo que ganham, e pela sua importância de transmissão do conhecimento, todas elas são merecedoras do Título Honorífico que em tão boa hora foi instituído por esta Câmara de Vereadores.

Mas nós estamos saindo de um processo eleitoral recentemente e este processo eleitoral tem uma série de conseqüências na nossa vida diária, nas nossas instituições democráticas e também, logicamente, no Parlamento. Entre tantas questões, Ver. Sebastião Melo, que poderíamos retirar desse processo eleitoral que levou aqui no Estado à eleição de Rigotto, que levou em nível nacional à eleição de Inácio Lula da Silva, um projeto que conseguiu unificar trabalhadores, conseguiu unificar setores do empresariado, conseguiu aproximar pessoas, inclusive com posições ideológicas, não digo antagônicas, mas bem diferenciadas, o que deflui desse processo todo, é a consolidação do processo democrático. O Brasil, através de um novo projeto, com Luís Inácio Lula da Silva e com a transição, que tenho que respeitar a forma como é conduzida pelo Presidente Fernando Henrique Cardoso, adquire a sua maioridade entre as maiores democracias do mundo. E esse avanço democrático deve ser acompanhado, e seus responsáveis somos todos nós, é o Parlamento, a sociedade civil organizada, são os Partidos políticos e são os Parlamentos. Os Parlamentos, que são a gênese da democracia representativa, são de imensa importância. E desse processo de consolidação definitiva da República, porque república significa - e vem do latim - significa a res pública: aquilo que é do povo, aquilo que é público. Esta Casa também tem a sua importância pela referência que ela é no sentido de reparar alguns procedimentos, fazer com que o processo seja mais transparente, seja democrático. Ela é realmente uma referência no Parlamento brasileiro pela sua seriedade, ao longo do tempo, pelas leis que tem elaborado, pelas suas intervenções políticas no concerto da federação.

Mas a votação de ontem, Srs. Vereadores, Ver. Nereu D’Avila, acendeu o sinal vermelho, é essa a reflexão que quero propor aos colegas. Ontem, foram votadas duas concessões de Título Honorífico Teresa Noronha. Já disse, quando V. Ex.ª, Ver. Nereu, conversava com o Ver. Bosco, que acho que todas as professoras merecem essa distinção, sob o ponto de vista do seu trabalho e da sua importância. Mas fui informado pela Diretoria Legislativa de que o Prêmio não era mais anual, que havia sido alterado. E quero dizer que a autocrítica que faço não envolve os setores técnicos da Casa: envolve a nós, Vereadores, porque fomos nós que votamos isso. Fui informado de que estava alterada a Resolução e que cada Bancada poderia fazer a alteração do Título. Eu não sabia disso, Ver. Nereu - quero só completar, para que V. Ex.ª entenda e faça daí o seu aparte. Fui verificar hoje, e observei o seguinte, Ver. Leal, pasme V. Ex.ª: essa alteração possibilitou a que cada Bancada pudesse entregar esse Título, o que, na verdade, desconstitui o Título, porque esse Título Honorífico, o que deflui dele é a importância de quem o concede, e o número ou a graciosidade de quem recebe. Na verdade, desconstitui materialmente. E, Ver. Nereu, quero-lhe dar o aparte, mas veja o que aconteceu, e aí não é crítica pessoal a nenhum colega, é crítica pessoal – quero fazer autocrítica a mim e àqueles colegas que entenderem que isso é correto. Veja bem: o Ver. Paulo Brum entende que deva ser assim, e é justo, entrou com um Projeto de Resolução no dia 22 de março. Legal e regimental, como diz o Ver. João Dib. No dia 26 de abril, pediu o art. 81. O Projeto estava lá na Comissão de Justiça, estava distribuído, se não me engano, ao Ver. Luiz Braz. Quero completar, Ver. Nereu, para que V. Ex.ª possa entender o que eu quero dizer.

Pedir o art. 81 é legal? É legal, este Vereador já pediu inúmeras vezes. Não é esta a crítica! Acontece que nenhum Vereador sabia que esse processo, porque não foi discutido, estava em andamento. Vejam bem: no encaminhamento, no dia em que fizemos aqui um acordo de Lideranças, o Ver. Antonio Hohlfeldt, eleito Vice-Governador, também, sem culpa nisso, eu duvido que ele sabia disso, informou que fez um acordo de Lideranças e que nós iríamos votar – vejam bem – em bloco, não individualmente, Projetos de denominação de rua, logradouros e, também, Projeto de Resolução concedendo Títulos Honoríficos. Eu tenho aqui as notas taquigráficas, não vou querer ler. E ele também entendia que era isso.

O que ocorreu, Ver. Nereu, agora vou lhe conceder o aparte, é que nós não sabíamos que estávamos alterando, na verdade, a natureza da concessão desse Título, o que me faz fazer esta reflexão da nossa responsabilidade nos trabalhos legislativos, porque isso faz parte, também, da construção de um País decente, da construção de uma república forte e que ouça os seus cidadãos. Nenhum Vereador sabia que o Prêmio fora alterado. Nenhum! Achávamos que concedíamos mais uma homenagem e estávamos alterando a natureza do Projeto. É esta a reflexão que eu quero trazer, Vereador, da importância da correção do trabalho legislativo.

Solicito à Mesa alguns segundos, como foi concedido ao Ver. Isaac, pela importância do tema, a fim de que o Ver. Nereu possa expor o seu raciocínio.

 

(A Mesa cede-lhe o tempo.)

 

O Sr. Nereu D’Avila: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) V. Ex.ª está enfocando um tema muito importante, que é a questão da qualificação das homenagens que a Câmara faz. Eu queria, Vereador, dar uma sugestão para que, a partir daí – daqui uns dias – fizéssemos uma reunião para essa averiguação. Realmente, nós não podemos desqualificar aqueles Prêmios que tinha um por ano. Porém, há Vereadores que, no início do ano, somente eles, pedem todos os Prêmios, num egocentrismo que prejudica os demais 32 colegas.

Então, diante disso, só há essa fórmula de ampliar. Mas ampliando para todas as Bancadas, já são nove ou dez Bancadas, muito mais. Então, realmente, temos que reflexionar. Agora, as duas coisas são razoáveis. A primeira, a crítica de quem só quer para ele, não é justo com seus colegas, só porque tem a vantagem nos primeiros dias de fevereiro. Isso não é um critério.

Segundo, também temos que pensar que não podemos desqualificar os Prêmios e dá-los a rodo, porque, aí, quem o recebe não dá o valor devido. Agradeço a gentileza de V. Ex.ª.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente dos trabalhos, me sinto imensamente feliz. Aqui na tribuna, eventualmente se faz um pronunciamento para o qual os colegas dão mais atenção, às vezes, sim, às vezes, não.

Eu pedi a alguns colegas que escutassem, porque não sou um bom orador e tenho consciência disso, mas o que eu queria trazer à colação - sabia que era uma questão importante - significa questões de ética, de moralidade e de nós nos darmos conta da importância das nossas tarefas legislativas.

Quando o Ver. Nereu D’Avila, um dos Vereadores mais experientes desta Casa, consegue escutar este Vereador, com as divergências políticas que tem comigo, eu me dou por contente e espero que esse alerta que faço sirva a todos nós para refletirmos sobre o que está acontecendo para que possamos melhorar a qualidade do nosso trabalho, que já é muito boa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Registramos, como muita honra, a presença do Ver. Luiz Deloni Segatto, Presidente da Câmara de Vereadores de Itaara, do PPB; do Ver. Benjamim José Copetti, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Itaara, do PFL; do Ver. Jorge Crestani, Presidente da Câmara de São Luiz Gonzaga, do PSDB e do Ver. Eusébio Santos, Presidente da Câmara de Pinhal Grande, do PDT. Sejam muito bem-vindos, muito nos honram com suas presenças.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. João Nedel, presidindo os trabalhos, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, os Vereadores desta Casa e os senhores funcionários podem atestar que, nesses 20 anos que vou completar de Câmara Municipal, sou um dos Vereadores que procura estar sempre presente no Plenário, procuro não faltar.

Ontem, eu tive um problema de saúde, estou fazendo uma série de exames esta semana e precisei faltar, uma das raras vezes em que não venho a esta Casa e a este Plenário. Eu ouvi um comentário do meu querido amigo Ver. João Dib dizendo que, ontem, nós tivemos problema com o quórum. Eu só não pude estar presente por um motivo realmente de saúde, inclusive posso comprovar com as pessoas que me cercam e até com os Vereadores desta Casa.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, eu sou testemunha de que V. Ex.ª está sempre presente em Plenário. Eu não disse que faltou quórum ontem, disse que hoje tenho medo de que falte quórum; hoje, não ontem. Ontem, sobravam Vereadores, chegou a ter 27 Vereadores.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu também ouvi na intervenção de V. Ex.ª, presto muita atenção em todos os Vereadores, em alguns Vereadores presto mais atenção ainda. O Ver. João Dib estava na tribuna e falava em um benefício que foi feito a uma pessoa e que, de repente, fazia com que esta Casa pudesse tornar desigual pessoas dentro da nossa sociedade, dentro do grau de necessidade de cada uma delas. O benefício que votei nos últimos tempos para uma pessoa foi a pedido do próprio Ver. João Dib, que pediu que eu votasse, e eu votei. Normalmente, dou pareceres contrários. Na Comissão de Justiça não quis aceitar um Projeto que dava benefício individualizado a uma determinada pessoa, acredito que isso não deva ser o papel do nosso Município e devolvi o Processo para o Presidente da Comissão de Justiça. Depois, eu votei aqui um Veto do Sr. Prefeito sobre uma questão ligada a um desses benefícios, atendendo pedido do meu querido amigo e sábio Ver. João Dib. Então, quero justificar o que ouvi desse meu grande amigo, dessa grande liderança política da tribuna. Mas eu não vim para isso.

Eu quero dizer que o comentário que o Ver. Isaac Ainhorn fez da tribuna sobre as multas e sobre o aumento dos valores das multas, num processo que tramita nesta Casa, assusta-me somente por causa de um motivo: o Partido dos Trabalhadores, desde que assumiu o poder, neste Município, tem-se utilizado das multas para arrecadar, e arrecadar de uma maneira que deixa todo cidadão desta Cidade apreensivo.

Veja só, Ver. Pedro Américo Leal, eu voltava da cidade de Canoas - o meu carro ainda tinha aquelas inscrições de minha campanha política, porque eu usei somente o meu carro com inscrições da minha campanha política - passando pela Av. Ceará quando, de repente, numa das sinaleiras, defrontei-me com um acidente de trânsito. Nesse acidente havia dois carros que se chocaram e um carro-guincho que estava lá para rebocar esses carros. Os azuizinhos controlavam o sinal. Quando eu cheguei, porque não havia sinaleira funcionando, avancei um pouco o sinal para ver o que estava acontecendo e o que eu deveria fazer, pois eu era o primeiro da fila. Nesse momento, fui repreendido de uma forma feroz por um dos azuizinhos. Reagi a essa forma feroz, talvez, também, indevidamente, de forma feroz quando um cidadão, que acho que era chefe daquela operação, me disse que eu estava sendo multado, porque eu havia atravessado o sinal vermelho. E o sinal vermelho nem estava funcionando, era um acidente de trânsito. Em duas semanas ou um pouco mais, eu recebi, em minha casa, as multas que não eram apenas uma; eram três. Uma das multas foi extraída, porque eu atravessei o sinal vermelho, e eu não atravessei o sinal vermelho, e as pessoas que estavam lá poderiam atestar isso. A outra, porque eu estava trancando o cruzamento. Como, num cruzamento em que há um acidente com um guincho para recolher os carros, eu poderia estar trancando o sinal vermelho? A última multa, porque eu estava dirigindo sem a devida atenção.

O que acontece com o pessoal ligado ao Partido dos Trabalhadores, normalmente, é que eles multam apenas para fazer arrecadação, apenas para fazer caixa. Enquanto eles apresentam aqui, Ver. João Dib, num outro Processo, novamente uma possibilidade de aumentar o valor das multas, nós ficamos apreensivos, porque temos a certeza de que essa intenção, por parte do Partido dos Trabalhadores, pode ser exatamente esta que já é absolutamente manifesta com relação às multas de trânsito: apenas no sentido de arrecadar. E como o fiscal tem fé pública, quando ele diz que você está cometendo uma determinada infração, e como é muito difícil se explicar também, por vias administrativas, com relação a essas infrações, normalmente temos de nos incomodar profundamente até que se possa explicar que não se estava fazendo absolutamente nada daquilo que foi descrito pelo fiscal.

Então, quero dizer para a bancada situacionista que, embora com muita boa vontade para votar Processos que venham da Prefeitura Municipal e que queiram, de alguma forma, estabilizar as relações na nossa sociedade, quando se trata de aumento de multas, vendo o que acontece na área do trânsito, eu realmente tenho minhas dúvidas se devemos ou não analisar.

Eu acho que esses Processos não devem ser nem mesmo analisados, porque, afinal de contas, sempre que o Partido dos Trabalhadores nos solicitou licença para cometer algum ato que nós pudéssemos pensar que era apenas para regular as relações de sociedade, ele sempre se utilizou disso para fazer com que houvesse um aumento de arrecadação com esses Processos submetidos a esta Câmara, que visam apenas a modificar valores das multas.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente dos trabalhos e Srs. Vereadores, eu iniciei o meu anterior pronunciamento dizendo: “Criança, ama com fé e orgulho a terra em que nasceste, porque jamais encontrarás país como este.” Realmente, é um paisinho que tem algumas figurinhas que são extremamente difíceis. Talvez eu devesse dizer para as crianças que elas não devessem trabalhar, porque vem aqui um Vereador e acha que vai se apoiar nos ombros do Ver. João Dib e subir um pouco mais - não vai subir - e me coloca idéias que eu não tive, coisas que eu não fiz, e quer estabelecer até que eu seja diferente dos demais Vereadores, que regimentalmente eu não tenho as mesmas condições. Eu só devo trabalhar; trabalhar, trabalhar, trabalhar, como trabalham as abelhas que fabricam o mel, não para si, mas para a colmeia. Era alguma coisa que eles precisavam aprender; me atribuem coisas que eu não fiz.

No passado, há alguns anos, eu pedi, sim, que fosse aprovada uma pensão para um menino; um menino deficiente físico e mental, cujo pai trabalhou nesta Casa por dez anos e não tinha o que deixar para o seu filho. Eu pedi, e não estou preocupado e nem envergonhado, porque esse menino foi deficiente a vida inteira, e o pai dele foi eficiente, absolutamente eficiente. Eu tinha de pedir, sim. E quando pedi ao meu querido Ver. Luiz Braz que derrubasse o Veto do Prefeito, que me acompanhasse na votação, eu não fiz nada de mais, eu acreditava no que eu estava fazendo; não se ferem direitos adquiridos. E o Dr. Luiz Braz, advogado, sabe muito bem, melhor do que eu, que sou engenheiro, que não se ferem direitos adquiridos. Não sei por que, quando eu reclamei, com toda razão... Pois eu chego aqui sempre antes de iniciar a Sessão, 45 a 50 minutos antes e leio todos os Processos que vêm para a Pauta e tento resolver. Sofri imensamente com a minha Bancada no mês de outubro, porque nós vínhamos sempre, os quatro Vereadores estávamos aqui, e os outros não sei onde estavam. Não havia quórum; nós não votávamos. Eu não tenho culpa.

O que eu pretendo é que as crianças possam se orgulhar deste País, que é maravilhoso, porque tem um povo maravilhoso, e não que os meus colegas, os meus pares pretendam se apoiar nos meus ombros para, talvez, fazer com que eu descesse e eles subissem mais. Não vão subir assim! Não é assim que se sobe. É pelo trabalho! Eu não fiz acusação para ninguém.

Ontem, havia 26, num determinado momento havia 27 Vereadores, como há neste momento 26 Vereadores no painel, e tenho medo de que na hora da Ordem do Dia não haja quórum para votar o que precisa ser votado. E continuo pensando a mesma coisa, e aí, porque digo isso, porque falei a verdade, querem me diminuir. Eu não posso entender isso. Pelo amor de Deus, eu não posso entender isso! Eu não quis diminuir ninguém, eu não conheço ninguém! Querem saber se eu dei Título de Cidadão de Porto Alegre para alguém? Dei! Depois de 23 anos nesta Casa, dei pela primeira vez, portanto não sou diferente dos demais. Agora, eu escolhi bem, orgulho-me de ter escolhido aqueles nomes.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. João Bosco Vaz.)

 

Nobre Ver. João Bosco Vaz, se V. Ex.ª tivesse a dignidade que eu tenho, não diria o que disse agora. Pergunte ao Ver. Isaac Ainhorn como é que eu pretendo entregar o tal de Título. Eu não preciso aparecer à custa de ninguém, nem de V. Ex.ª e de nem um outro Vereador. Saúde e paz! Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): Sr. Presidente dos trabalhos, eu queria, em nome da Bancada do PDT, requerer que, tão logo haja as manifestações de Liderança, imediatamente ingressemos na Ordem do Dia. Eu queria que V. Ex.ª, com um apelo ao Ver. Luiz Braz, submetesse já à apreciação dos Vereadores desta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Eu pergunto se podemos concluir o Grande Expediente?

 

O SR. ISAAC AINHORN (Requerimento): É para acabar com essas aleivosias de que... É construída, muitas vezes, a Ordem do Dia e nós não conseguimos chegar à Ordem do Dia. Para evitar essa circunstância, eu estou requerendo que, tão só preservando as Lideranças e o espaço do Grande Expediente, sejam jogados para a próxima Sessão.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Vereador, há somente um Vereador inscrito, é o Ver. Marcelo Danéris.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Eu já contatei com o ilustre Ver. Marcelo Danéris e ele, desde que o preserve para a próxima Sessão Ordinária, não quer se manifestar em Grande Expediente exatamente nesse espírito público de se votar matérias nesta Casa, pois esse é o espírito que preside os 33 Vereadores desta Casa.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Isaac Ainhorn. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Peço, em face da aprovação, que a Diretoria Legislativa registre que o Ver. Marcelo Danéris não falou. Então, ficará assegurado para o próximo período do Grande Expediente.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente dos trabalhos, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu tenho uma trajetória aqui nesta Cidade que pode-me embasar as palavras que vou, de forma peremptória, proferir nesta tribuna. Jamais precisei subir nos ombros de alguém para fazer o meu trabalho, jamais! Quando vim a esta tribuna e disse que voto contra os benefícios individuais que são propostos lá na Comissão de Justiça, porque são injustos, no meu entendimento, eu disse porque realmente eu acredito que as leis devem ser gerais, de acordo com o que está escrito nas nossas legislações. E quando eu votei, aqui, a pedido do Ver. João Antonio Dib - pessoa que eu considero extremamente - um Veto a um benefício, não foi para nenhuma criança aleijada não; foi para uma senhora, que eu não conheço, mas é filha de uma família qualquer da Cidade, que eu não conheço e não sei quem é e que, de repente, a pedido do Ver. João Antonio Dib, votei para que ela tivesse um benefício e eu, pessoalmente, achava que isso era injusto, mas votei.

Agora, por favor, não venham aqui nesta tribuna dizer que todos os outros Vereadores não são responsáveis e que só os Vereadores da Bancada do Ver. João Antonio Dib é que são responsáveis aqui nesta Casa. O que é isso? Nós estamos aqui diante de uma representação de toda uma sociedade, onde todos escolheram os seus representantes e não podem estar aqui ouvindo, de repente, comentários desairosos e que não são verdadeiros.

Já disse aqui e repito várias vezes: estou há vinte anos nesta Casa! E jamais, Ver. João Dib e Ver. Pedro Américo Leal, me envergonho de qualquer tipo de ação que tenha tomado, até porque freqüento esta Casa todos os dias! E todas as pessoas que vêm aqui me procurar no meu gabinete, me encontram todos os dias, de manhã até a noite! Jamais eu vou deixar que qualquer pessoa nesta Casa suba aqui a esta tribuna e venha me envergonhar perante os meus filhos, que vêm a esta Sessão, que enxergam esta Sessão e que não podem ver que qualquer Vereador venha aqui a esta tribuna e diga que o seu pai está subindo nos seus ombros para aparecer! Mas, ora, quem acha que é? Quem acha que é? Eu posso dizer, com todas as letras: tenho dignidade para estar nesta Casa! Sempre pautei a minha vida exatamente por uma trajetória de dignidade. Todo mundo sabe das batalhas que tive, do trabalho que tive, todo mundo sabe tudo o que tive que enfrentar para chegar até aqui, sabe muito bem que eu jamais abdiquei da conduta digna para chegar até esta Casa. E se algum dia eu tiver que sair daqui, posso olhar para trás e posso descrever, dia-a-dia, todos os momentos em que estive aqui nesta Câmara Municipal, porque não me envergonho de nenhum deles. E sei que qualquer um dos Vereadores que passaram por aqui ou que passam por aqui também têm as suas trajetórias e têm os seus porquês e também têm que se orgulhar desses seus porquês. Não pode, de repente, vir um Vereador aqui e querer ser dono de todos os mandatos - “Eu sou o maior e o resto não é nada!” Pára com isso! Nós não podemos, realmente, admitir que isso aconteça aqui! Temos que votar Projetos? Claro, que sim! Todos nós temos Projetos importantes para serem votados e todos nós queremos que votem os Projetos! Se derrotados ou vitoriosos nos seus Projetos, não interessa; mas todos nós temos as nossas idéias, que são aquelas que representam a corrente da sociedade que nos trouxe até aqui! E é assim que eu quero viver! Não me interessa se querem votar contra os meus Projetos ou não! Tudo bem! Agora, o que eu estou falando é que quando votei aqui um benefício, a pedido do Ver. João Dib, não foi para nenhuma criança aleijada, foi para uma senhora, que não sei quem é, mas que disseram que uma senhora que é conhecida por Dona Cotinha, que recebeu esse benefício e foi vetado, eu derrubei o Veto, ajudei a derrotar o Veto a pedido do Ver. João Dib. Isso eu não faria, normalmente, e sabem muito bem, porque lá na Comissão de Justiça eu me neguei a dar o Parecer, porque eu daria um Parecer contrário, porque eu não encontro embasamento jurídico para dar um benefício desse tipo. Mas, até porque tenho uma admiração muito grande pelo Ver. João Dib, por toda a sua trajetória, resolvi votar o Veto daquela forma.

Agora, por favor, não digam que eu quero subir nas costas de alguém para aparecer, porque, olha, se eu tiver que fazer isso, prefiro sair desta Casa.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): A Ver.ª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente dos trabalhos, Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, eu queria fazer o registro de uma situação que considero muito importante, no que se refere à questão das mulheres neste momento da nossa sociedade. As eleições deste ano nos demonstraram a existência de uma nova realidade política, quando analisamos a representação das mulheres no Congresso Brasileiro. O Senado da República nunca foi uma instituição tão feminina, assim como o Congresso Nacional. Se nós temos, este ano, que comemorar esse avanço na representação das mulheres no mundo político, lembrando que no Brasil a conquista do voto, é do ponto de vista histórico, uma conquista ainda recente, porque foi a partir da década de 30 que as mulheres começaram a ter o direito ao voto. Então eu penso que a conquista desse espaço, no âmbito parlamentar, demonstra essa realidade dos novos tempos, que na minha avaliação é uma realidade que se encaminha para um processo maior de humanização entre as relações da sociedade e, evidentemente, das mulheres que têm um papel fundamental nessa nova forma de se constituir a sociedade deste milênio.

E dentro dessa perspectiva, acho importante também resgatarmos os avanços que temos avaliados, do ponto de vista da responsabilidade pública, através do controle da população da atuação político-administrativa e parlamentar no mundo brasileiro.

E acho que dentro dessa mesma perspectiva, dessa tendência que se avizinha na nossa sociedade, ainda é importante nós avaliarmos o crescimento da responsabilidade das empresas quanto à aplicação dos seus recursos na área social. A aplicação de programas internos que correspondam a essa pressão política da sociedade de garantir uma representação de maior diversidade, uma representação de uma diversidade política, ideológica, racial e de gênero.

Eu estou aqui resgatando esse discurso porque ainda temos aqui na Câmara uma série de Projetos para serem votados até o final do ano. Alguns são Projetos pontuais da Cidade, alguns Projetos de enorme importância, que dizem respeito a questões de urgência da sociedade.

Então, queria dizer que neste momento em que nós vamos ter de priorizar os Projetos a serem votados, pelo tempo que vamos dispor até o final do ano, é interessante nós nos colocarmos perante a priorização da eleição desses Projetos, considerando essa nova realidade que é hoje uma realidade onde os Parlamentos têm a responsabilidade de administrar a questão imediata, quotidiana da vida das pessoas. Mas também temos de nos preocupar com Projetos que têm repercussão a médio e longo prazo; repercussão na formação da consciência política das pessoas que tratam às vezes, inclusive, de coisas intangíveis e que muitas vezes são consideradas não tão relevantes quanto as questões emergenciais. E acredito que o Parlamento também tem de seguir esta tendência: tratar do concreto, do imediato, do emergencial, mas também tratar do futuro dessa nova relação entre a sociedade, que deve ser mais fraterna, mais justa e muito mais igualitária do que é hoje.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Fernando Záchia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. FERNANDO ZÁCHIA: Sr. Presidente dos trabalhos, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, o que me traz à tribuna é essa campanha que a EPTC está fazendo nos meios de comunicação para divulgar à população porto-alegrense a imagem da empresa. O próprio jornal Correio do Povo, do dia 9 de outubro, dizia na sua matéria: (Lê.) “A EPTC quer ser melhor conhecida.” Ali diz que, numa pesquisa interna realizada pela EPTC, foi constatado que a população de Porto Alegre não conhece com precisão os serviços realizados pela EPTC. A EPTC contratou, através dos extratos de contratos, totalizados em 593 mil, 486 reais e 30 centavos, para realizar uma campanha junto a todos os órgãos de imprensa dos meses de outubro a dezembro do corrente ano. Iniciou em 9 de outubro, dois dias após a eleição do primeiro turno. Quinhentos e noventa e três mil reais!

Eu debatia com o Ver. Marcelo Danéris, num programa da TVCâmara, e o Vereador entendia que essa campanha da EPTC tinha um cunho educativo, informativo para a população de Porto Alegre. Este Vereador discorda. A campanha tem o cunho informativo à população da sua atividade, mas o que nós queremos, e é uma trajetória antiga, e sempre nos pautamos por isso, é que sejam feitos maiores investimentos na informação ao motorista e à população do conhecimento da Lei, orientando como se devem portar como motoristas e como pedestres. Será que, se a EPTC, em vez de investir 593 mil reais, sinalizasse melhor as faixas de segurança, colocasse mais placas informativas, sinalizando os controladores eletrônicos; será que, se ela pudesse, como dizia, hoje, o Presidente do Sindicato, investir em material para que os agentes fiscais, os azuizinhos desenvolvessem a sua atividade, não seria melhor? O que surpreende este Vereador é que, se nós pegarmos o balanço analítico da EPTC, do ano passado, vamos constatar que a EPTC, em programas de educação no trânsito... Educação no trânsito é o que todos nós queremos; queremos que sejam investidos recursos na educação para que os motoristas e futuros motoristas possam estar devidamente preparados para dirigirem no trânsito da Cidade; para que esses meninos e meninas que estão no colégio, que vão, amanhã ou depois, ser os futuros motoristas da cidade de Porto Alegre, quando lá chegarem, tenham o devido preparo. Em programas de educação no trânsito, no ano de 99, a EPTC gastou 591 mil, 970 reais; no ano de 2000, gastou 268 mil, 362 reais. No ano de 2001 - está aqui no balanço -, 43 mil, 278 reais e 13 centavos. Agora, a EPTC investiu, no ano 2000, em campanhas, em programas de educação no trânsito, propaganda e publicidade, no ano de 2001: 103 mil, 183 reais. Só nessa campanha de 2002 - e eu não tenho os dados de 2002, porque não está encerrado o exercício -, 593 mil, 486 reais. Nós temos que mostrar para a população a imagem da EPTC ou temos que educar a população? Temos que ver, de uma maneira falsa, no entendimento deste Vereador, de uma maneira não-verdadeira, na responsabilidade deste Vereador, os agentes bem vestidos, com coletes, que não mostram os pardais, só mostram lombadas eletrônicas, mostram faixas de segurança muito bem pintadas, como se todas, Ver. Haroldo, em Porto Alegre, fossem assim feitas? Ou nós temos que fazer com que possamos ensinar os motoristas como se devem portar no trânsito, devemos ensinar aos pedestres como devem atravessar nas faixas, como se devem portar quando estiverem caminhando na Cidade? Parece-me que todos nós, Vereadores e a EPTC, queremos reduzir essas tristes estatísticas de trânsito, mas vamos conseguir esse objetivo se investirmos em educação; não é investirmos em melhorar a nossa imagem junto a população, não é dizer para a população que nós não somos azuizinhos, que somos agentes fiscais, que estamos aqui para educar para cuidar do trânsito. Nós temos que educar! Quinhentos e noventa e três mil reais, de outubro, mês eleitoral, até dezembro de 2002, pode não ser muito dinheiro se eu investisse três vezes mais em educação para o trânsito. Investiram, em 2001, 43 mil, 278 reais. Isso é o valor gasto em uma única televisão, em uma única rádio ou em um único jornal de Porto Alegre, como se a campanha de mídia, em uma única emissora, pudesse ser mais importante que todo o investimento, que toda a educação que isso geraria nas crianças e nos motoristas. Muito obrigado pela tolerância, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Marcelo Danéris está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARCELO DANÉRIS: Ver. João Carlos Nedel, Presidente dos trabalhos nesta tarde, Srs. Vereadores, Sr.as Vereadoras, público que nos acompanha aqui e pela TVCâmara, o Plenário hoje está quente e nervoso. Eu penso que o papel principal da Liderança do Partido dos Trabalhadores é restabelecer um clima mais tranqüilo para o bom debate na cidade de Porto Alegre.

Gostaria de falar a respeito de um Projeto que foi trazido aqui na tribuna, Projeto referente ao Código de Limpeza Urbana, pelo Ver. Isaac. É importante informar não só aos Vereadores e às Vereadoras, mas à população, que esse Código está hoje na COSMAM. A COSMAM, com a liderança de um Vereador que trabalha muito nessa área, que é o Ver. Beto Moesch, e ainda com a participação do nosso companheiro Oliboni, do Ver. Leal, do Ver. Goulart e do Ver. Besson, todos da COSMAM, é que está discutindo a respeito deste Projeto, inclusive contribuiu com o Projeto já com mais de trinta emendas.

(Aparte anti-regimental do Ver. Isaac Ainhorn.)

Trinta emendas, Ver. Isaac, na COSMAM, para o Parecer do Ver. Beto Moesch, que está tratando desse assunto. Inclusive muitos dos assuntos que V. Ex.ª trouxe aqui sobre o Projeto já foram resolvidos por intermédio de várias discussões, audiências e reuniões da COSMAM.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Isaac Ainhorn.)

 

Só para o público entender: o Ver. Isaac disse que não está nos autos. É que o Processo está com o Ver. Beto Moesch, para ele dar o Parecer; por isso talvez não esteja nos autos. Mas é um bom debate que se está se realizando lá, onde o DMLU tem participado também, e o Executivo tem participado. Eu penso que é aberto para todos os Vereadores, e o Ver. Isaac pode participar também, assim como nós podemos participar. Tem sido um debate produtivo, até porque nós não temos a pretensão de trazer para o Legislativo projetos totalmente prontos; senão, seria preciso trazer para o Legislativo, era só aplicá-los. Tem a participação dos Vereadores, os Vereadores estão contribuindo e discutindo, isso é bom para o Projeto.

Já sobre a questão da EPTC, como o Ver. Záchia já adiantou o que eu já tinha dito para ele num debate em que participamos, eu só quero reforçar isso: se a EPTC tem uma pesquisa em que a população não conhece a EPTC, não sabe o trabalho que ela desenvolve, nem os objetivos dela e nem os seus resultados, é óbvio, é natural e é necessário, que a população a conheça; senão fica contraditório: a gente diz uma hora que a população não conhece a EPTC, que tem que fazer educação para o trânsito, tem que fazer isso, tem que fazer aquilo, e quando ela faz, ela é criticada também. Isso não funciona do ponto de vista público. Uma hora tu dizes que é para mostrar tudo o que a EPTC faz, de forma transparente. Quando tu mostras, aí não pode, aí é exagerado, aí não sei o quê, não pode fazer propaganda, não pode. Eu acho que a EPTC tem investido muito, e não é em tudo que se precisa gastar dinheiro público. Não se precisa gastar para fazer campanhas educativas, Ver. Juarez Pinheiro, para o trânsito. Dou um exemplo: a EPTC tem envolvimento com mais de cem escolas em Porto Alegre, onde agentes fiscais, direção de fiscalização da EPTC participam de atividades educativas para o trânsito nas escolas. Quanto custa isso? Praticamente zero. Essa é uma boa forma de educar: desde pequenas, as crianças nas escolas, para formar um adulto que já respeita o trânsito. Eu acho que isso é positivo do ponto de vista da publicidade que se dá sobre um órgão tão importante para a coletividade de Porto Alegre, que é a EPTC. Então, nós queremos, sim, divulgar o trabalho da EPTC, o que ela fez, quais são os seus resultados até agora; como se faz contato com a EPTC; a população precisa saber onde ela fica, quais são os seus objetivos, o que faz um azulzinho, o que é uma lombada, o que é um pardal. Porque lombada e pardal têm funções diferentes. E sempre se joga na confusão de que os dois servem para a mesma coisa. Não! A lombada é um redutor de velocidade para a travessia de pedestres, e o pardal é um controlador de velocidade para lugares onde não há travessia de pedestre mas não se pode exceder a velocidade. Dou dois exemplos: a lombada na Av. Protásio Alves, onde tem travessia em frente a uma escola e comércio, e pardal na Ipiranga, logo no início da Av. Ipiranga, Ver. Juarez, onde os motoristas tendem a dar uma alta velocidade aos carros.

Então, ali tu controlas a velocidade, não reduzes. E a lombada reduz na Av. Protásio Alves onde é necessário reduzir. Então, são funções diferentes com custos bem diferentes e com infra-estruturas inclusive bem diferentes. Isso tem que ficar claro também para a população.

Acho que a EPTC presta um serviço para a coletividade, isso é bom, isso é importante, e tenho certeza de que a população quer saber, sim, o que faz a EPTC e quais são seus resultados. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Informamos a presença do Ver. Benevenuto Vitório Ruozo, assistindo a nossa Sessão, Presidente da Câmara Municipal de Ibarama, do PMDB. Seja muito bem-vindo, Vereador.

Passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Apregoamos Requerimento do Ver. Sebastião Melo para que seja votado em destaque as expressões “Assessor para Assuntos Jurídicos - código ES.1.05 NS - referências A, B, C, D - 10 cargos; Assistente Social - código ES.1.06 NS – referências  A, B, C, D - 10 cargos; Engenheiro - código ES.1.14.NS - referências A,B,C, D - 10 cargos”, constantes da tabela do art.1.º do PLE n.º 034/02.

Apregoamos, também, a Emenda n.º 1, de autoria do Ver. Marcelo Danéris. “Dê-se ao art.1º do PLE a redação que segue: Art.1.º Assistente Social - ES.1.06 NS A,B, C, D - 10 cargos; Contador ES.1.11 NS  A, B, C, D - 10 cargos; Engenheiro ES.1.14 NS A, B, C, D - 8 cargos”. Assinatura: Ver. Marcelo Danéris, Líder do PT e também é coadjuvante o Ver. Nereu D’Avila.

A Ver.ª Sofia Cavedon apresentou à Mesa o seguinte Requerimento para a apreciação dos trabalhos que se vote o Requerimento de n.º 167, de autoria do Ver. José Fortunati, que requer autorização para representar esta Casa na 8.ª Reunião do Fórum Permanente de Presidentes de Câmaras Municipais das capitais brasileiras, de 13 a 14 de novembro, em Campo Grande e o PLE n.º 034/02, incluindo também o PLL n.º 145/02 de autoria do Ver. Pedro Américo Leal.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente dos trabalhos, nós queremos adendar a esse Requerimento o PLL n.º 142/01 de nossa autoria que está tramitando desde março. Eu gostaria que fosse também, analisado pelos meus pares.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Sr.as Vereadoras, Srs. Vereadores, V. Ex.as já ouviram os requerimentos, podemos colocar em votação?

Em votação o Requerimento para a determinação da ordem dos trabalhos. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Em votação o Requerimento n.º 167/02, de autoria do Ver. José Fortunati. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2479/02 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 145/02, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal, que denomina Marina Municipal Comodoro Edmundo Soares a marina localizada na Ponta do Gasômetro, no Centro.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Elói Guimarães: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relator Ver. Raul Carrion: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Fernando Záchia: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- incluído na Ordem do Dia em 30-10-02.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n.º 145/02, de autoria do Ver. Pedro Américo Leal. O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para discutir.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente dos trabalhos e Srs. Vereadores, o Ver. Pedro Américo Leal, ilustre Vereador desta Casa apresenta um Projeto que julgamos merecedor do nosso maior respeito e admiração, porque a esta Casa compete a designação de nomes, de logradouros, vias públicas e locais públicos, e denomina Marina Pública Comodoro Edmundo F. Soares, a marina localizada na Ponta do Gasômetro. É uma justa homenagem a esse grande jornalista, que a esta Casa compete prestar esta homenagem a esta figura que, inclusive, trabalhou aqui na Câmara Municipal e por todos era respeitado. Portanto, Ver. João Dib, quando nós designamos a Marina Pública junto à Ponta do Gasômetro de Comodoro Edmundo Soares, através de uma iniciativa de seu colega, do PPB, Ver. Pedro Américo Leal, nós realmente estamos eternizando na memória e no bronze da história desta Cidade uma homenagem perene a quem tanto fez por Porto Alegre e pelo Rio Grande, desde os seus tempos de Folha da Tarde. E por isso nós do PDT comparecemos à tribuna desta Casa para reconhecer a importância desta homenagem que o Ver. Pedro Américo Leal fez a Edmundo Soares e que ganha a irrestrita solidariedade do Ver. João Dib que me acena por várias vezes mostrando a simpatia sua a esta homenagem que esta Casa presta a Edmundo Soares.

Parabéns a V. Ex.ª, Ver. Pedro Américo Leal. Poderia, de repente, passar no esquecimento, quando tantos brasileiros e personalidades do mundo são esquecidos e, felizmente, V. Ex.ª relembrou uma figura cuja homenagem a Cidade impõe-se a fazer. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Encerrada a discussão. Em votação o PLL n.º 145/02. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1357/02 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 034/02, que cria cargos de provimento efetivo na Administração Centralizada do Município e dá outras providências.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 06-11-02;

- por resultar empatado, deixa de constar o Parecer da CEFOR, ao Projeto, nos termos do art. 54, § 1º, do Regimento da CMPA;

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA – art. 82, § 1º, III, da LOM;

- adiada a discussão por uma Sessão, em 06-11-02.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLE n.º 034/02. (Pausa.) O Ver. Sebastião Melo está com a palavra, por cessão de tempo do Ver. Fernando Záchia, para discutir o PLE n.º 034/02.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente dos trabalhos, Ver. João Carlos Nedel, colegas Vereadoras, colegas Vereadores, esta matéria foi discutida por este Vereador na Sessão passada. No final da nossa discussão, fizemos um proposição de prorrogação de votação por uma Sessão, portanto, está vindo hoje fruto desse acordo. Nós fomos analisar, Presidente, a matéria com a profundidade que ela merece. Eu queria destacar, Ver. João Dib, algumas questões. Primeiro, analisei atentamente a nossa Lei de Diretrizes Orçamentárias, o nosso Orçamento deste ano e, conforme determina o art. 169 da Constituição Federal para esse tipo de procedimento, tem que estar esteado nessas duas leis. Isso não está lá. Analisei junto com o nosso técnico da Comissão, hoje, atentamente, essa questão, essa é a primeira preliminar. Segundo, eu fui pesquisar os concursos aqui nominados, e, efetivamente, Ver. João Dib, no dia 12 deste mês, encerra-se o prazo dos quatro anos para os concursados a contadores. Portanto, eu já declinei e volto a repetir que devemos votar esse Projeto. Depois, vamos seguir a análise dos outros concursos. Um encerra-se em maio de 2003, que é o caso dos engenheiros; o que diz respeito a assistência social encerra-se em 17 de maio de 2004; o que diz respeito aos assuntos jurídicos encerra-se em 29 de junho de 2004. Tudo isso foi pesquisado no site da Prefeitura, portanto é uma pesquisa oficial, fornecida para os autos deste Processo.

Eu até disse ao nobre Assessor da Prefeitura que nós poderíamos pacificar essa questão do contador; diria, ainda, aos meus nobres colegas, que nós até poderíamos chegar ao bom termo, Ver.ª Sofia, votando aquele cujo prazo se encerra em março. Agora, acho que um Projeto que não tem previsão orçamentária, um Projeto que não tem previsão na Lei de Diretrizes Orçamentárias está fora da Lei. Para este Projeto foi pedido o art. 81, e ele teve a rejeição da Comissão de Finanças e Orçamento justamente num de seus embasamentos. Acho que o Projeto que cria cargos, seja ele de qualquer nível, deve ser melhor elaborado, instruído e discutido, porque senão vira um festival de cargos. Acho que os cargos têm de ser providos, o Executivo tem de ter condições de trabalhar, e nós não somos contra isso, mas temos de ter critérios. Eu já ouvi histórias nos corredores: "Tem gente aí que é amigo do fulano, do beltrano e que tem de entrar." Não sei se isso é verdade.

Eu gostaria de fazer, Ver. Juarez Pinheiro, que é especialista em Direito Administrativo, um grande questionamento. Eu li o edital desse concurso e percebi o seguinte: 8 vagas para contador. A pergunta que faço, Ver.ª Sofia, é a seguinte: esse concurso está vencendo seus quatro anos; o art. 37 da Constituição estabelece que todo o cidadão que quer concorrer a um concurso tem direito a ele. Eu sei, quando há um conflito entre o público e o privado, o público suplanta o privado. E o cidadão que veio a se tornar contador, nos três últimos anos para cá, porque na verdade, eu não estou preenchendo vaga, eu estou criando 10 vagas, porque se eu estivesse suprindo quem se aposentou ou quem veio a falecer, eu estaria suprindo o quadro de contadores. Então, este é um questionamento que eu quero deixar, para que nos outros editais você possa quem sabe analisar isso melhor. Se essa tese, Ver. Juarez, está correta, aqui tem o edital que está em andamento, para fazer concurso para dois contadores aqui na Câmara, lançado pela Secretaria Municipal de Administração. Ora, se esta tese vale para contratar 10 contadores, por que não contratar os 2 contadores que vêm para a Câmara, que também é feito pela Secretaria? Eu não estou entendendo, porque aqui está dizendo 2 contadores para a Câmara, mas quem faz o concurso é a Secretaria Municipal de Administração, o que na minha avaliação é uma irregularidade. Imaginem o Tribunal de Justiça fazer agora concurso para admitir funcionários do Governo do Estado! Mas a Secretaria Municipal da Administração faz concurso para contador para a Câmara de Vereadores.

Conversamos longamente com a representação dos contadores e, sensibilizado pelas suas posições, nós destacamos e achamos que temos de votar. Estou até sugerindo alternativa, se for o caso, daquele que vence em maio. Mas, eu queria pedir aos meus pares da oposição que reflitam melhor sobre essas questões, porque se falou em votar 10 contadores e aí vem 30 cargos ao lado dos contadores. Acho que isso não é transparente, não está correto esse tipo de procedimento. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLE n.º 034/02.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu recebo aqui o Processo, para ter certeza de que estou discutindo o Processo que cria cargos de provimento efetivo da Administração Centralizada do Município e dá outras providências. Eu busco essa certeza, Sr. Presidente dos trabalhos, porque na Sessão anterior, quando V. Ex.ª havia solicitado prioridade para a votação deste Projeto, invocando inclusive a cobertura do art. 81, de vez que este Processo está na Casa desde o dia 3 de abril do corrente ano, eu fiz alguns comentários que em homenagem à transparência eu entendo oportuno repetir da tribuna, Ver. João Dib. Eu conheci essa matéria de forma objetiva quando em maio se votou na Comissão de Constituição e Justiça o Parecer do Ver. Juarez Pinheiro que recomendava a aprovação. Na ocasião eu coloquei o seguinte: “favorável com restrições quanto ao mérito”. Já me parecia naquela ocasião que o mérito da proposição envolvia num Projeto só situações diversas que mereciam ser avaliadas individualmente, Ver. Pedro Américo Leal, porque a necessidade de que se tenha assistente social no Município decorre de alguns programas que o Município realiza, e a necessidade de se ter engenheiros no Município decorre de outras atividades do Município. Então, avaliar essas situações de forma isolada seria mais conveniente do que avaliar coletivamente. Isso era a minha posição em maio.

O Projeto ficou tramitando durante todo esse período e vem agora à votação por força de um dispositivo regimental, porque em verdade o único parecer que ele tem aqui é o Parecer da Comissão de Constituição e Justiça. Quero, então, mais uma vez, em homenagem à transparência, dizer o seguinte: eu estou com conhecimento satisfatório para votar essa proposição no dia de hoje, porque já estava com relação a esse assunto em condições de enfrentá-lo em maio do corrente ano. Sei que da discussão que aqui surgiu - sempre oportuna, porque é preferível que um Projeto seja tardiamente discutido, do que não discutido - uma proposta intermediária. Essa proposta intermediária, encaminhada em grande parte, senão integralmente pela diligência do Ver. Nereu D’Avila, nos coloca numa situação intermediária. Nós estamos deixando de autorizar a contratação dos 10 assessores para assuntos jurídicos, nós estamos deixando de autorizar a contratação de 10 engenheiros, e estamos nos limitando a autorizar a contratação dos assistentes sociais e dos contadores. É o que está escrito na Emenda, se as informações que me trouxeram são verdadeiras.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, comunico a V. Ex.ª que há uma Emenda. São 10 assistentes sociais, 10 contadores e 8 engenheiros. Cedo o meu tempo a V. Ex.ª, sem dúvida nenhuma.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Quando for necessário, obrigado.

 

O Sr. Sebastião Melo: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, obrigado pelo aparte, apenas para corroborar. Na verdade, pela propositura inicial são 40 cargos. A Emenda é do Ver. Marcelo Danéris, Líder do Governo, não é do Ver. Nereu D’Avila. O Ver. Marcelo Danéris propõe a redução de 12 cargos e não de 20 cargos como V. Ex.ª proferiu na tribuna. Eu fiz uma proposta intermediária que é essa que V. Ex.ª diz, de votar quem sabe os 20 cargos e deixar para discutir os outros no ano que vem.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Perfeito. Realmente, eu quero confessar que não tenho aqui a Emenda que foi apresentada, pois não está junto com o Projeto.

 

O Sr. Nereu D’Avila: V. Ex.ª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Pujol, agradeço a V. Ex.ª. Na realidade, o Ver. Sebastião Melo e nós estamos, desde ontem - foi quando ele pediu que fosse adiada a matéria para hoje -, tentando estabelecer um meio termo. Eu, na verdade, achava até que 10 assistentes sociais poderiam ser reduzidos. Mas, diante de o Governo ter as suas razões, chegamos, como sempre, a um acordo, que não é o melhor para nenhum lado. Então, no que resultou? Resultou em que os 10 assistentes sociais irão permanecer, reduzindo os engenheiros para 8, mas evidentemente com os 10 que já estavam acordados, dos contadores. Então, de 40 diminuir para 28 cargos me parece razoável. Agora, respeito a opinião do Ver. Sebastião Melo, mas que nessa altura também era o limite com o Executivo. Agora, a não ser que houvesse uma ruptura aqui para nós, um cotejo nessa matéria, o que não me parece oportuno, salvo melhor juízo, eu assinei sim, Ver. Sebastião Melo, reduzindo para 28 cargos.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu recebo aqui a cópia da Emenda, onde vejo a assinatura do Ver. Nereu D’Avila e, ao mesmo tempo, vejo a assinatura do Ver. Marcelo Danéris, penso que em concordância com o termo, até porque no momento o Vereador não é Líder, o Vereador Nereu, eu diria que foi confortado por uma das lideranças.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: V. Ex.ª permite uma aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Pujol...

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Só um minutinho, Vereador. Sr. Presidente dos trabalhos, eu quero que V. Ex.ª me acrescente mais 5 minutos, pois o Ver. João Dib concedeu-me o seu tempo.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Está deferido, Vereador. V. Ex.ª tem mais 5 minutos.

 

O Sr. Juarez Pinheiro: Nobre Ver. Pujol, a colocação do Ver. Nereu D’Avila até tira-me a necessidade de fazer a minha inscrição. Apenas queria fazer o registro de que, do seu ponto de vista de material, essa Emenda é do Ver. Nereu D’Avila; apenas por uma questão formal também foi subscrita pelo Ver. Marcelo Danéris. Aliás, o Ver. Nereu D’Avila foi o Vereador que fez toda a relação com as pessoas que, democraticamente, prestaram concurso público e hoje anseiam que tenhamos aqui a sensibilidade para que possam prover os cargos públicos. Apenas essa referência, agradeço a V. Ex.ª, de que na verdade é o Ver. Nereu que tem conduzido esse processo, e essa Emenda é de sua lavra no seu ponto de vista material, que é o que mais interessa. Muito obrigado.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Agradeço a V. Ex.ª que só corrobora com o que eu tinha afirmado, e eu quero agradecer ao Ver. João Antonio Dib por permitir que eu coloque a minha posição agora, pois comprometi todo o tempo de minha intervenção anterior concedendo os apartes que me foram pedidos. Quero enfatizar que, efetivamente, desde maio, eu tinha algum tipo de preocupação, e acredito que os esclarecimentos que vieram tardiamente em função das provocações objetivas que surgiram neste momento do debate nos dão tranqüilidade para encaminharmos a matéria. Eu havia falado que os engenheiros não estavam incluídos, porque a informação que me passaram era de que houve uma redução de engenheiros a serem contratados – a autorização que era de 10; ficou em 8. O assistente social era uma das minhas preocupações maiores. Em várias oportunidades, nós temos sido cobrados pela falta de assistente social em organismos onde é impossível realizar-se um bom trabalho sem que o assistente social esteja presente. Por exemplo, o Ver. Pestana lembrou-me, ainda hoje, que os assistentes sociais eram, em grande parte, requisitados pelo Departamento Municipal de Habitação, que não pode funcionar sem eles. Eu sei disso! Isso é o óbvio! Houve aposentadorias, houve redução do quadro de pessoal e, por isso, é preciso contratar.

Quanto aos contadores, desde ontem se discute. Quanto ao contador não se tem que discutir, até porque o concurso está em vias de se esgotar e as pessoas vão ser prejudicadas e não poderão ser contratadas.

Restou uma pequena discussão em torno dos engenheiros. Eu acho que não se está pedindo a contratação de engenheiros para não fazerem nada no Município de Porto Alegre.

No prejuízo, restam aqueles que lidam com as coisas jurídicas no Município. E eu, como sou advogado, fico muito à vontade para dizer que, mais uma vez, os prejudicados são os advogados, que, parece, são os mais desnecessários para o município de Porto Alegre.

Se esse é o custo de uma negociação, que encaminha a Casa para uma solução, se não consensual, pelo menos majoritária, é um custo razoavelmente barato, capaz de ser superado com um novo projeto que, de forma mais explícita, justifique, perante a Casa, a necessidade e a conveniência da contratação desses 10 assessores jurídicos que, agora, estão sendo retirados da autorização por nós concedida, que fica limitada aos 10 assistentes sociais, aos 8 engenheiros e aos 10 contadores, conforme foi objeto da negociação.

Eu, com toda a tranqüilidade, voto. Não me sinto, nem de leve, diminuído na minha capacidade de dar um voto consciente. Mas só me permito, ao final, dizer o seguinte: é conveniente que em matéria como esta, o nosso trabalho de Comissão seja mais aprofundado, porque isso facilita o trabalho em Plenário. E se nós tivéssemos, não um Parecer, mas todos os Pareceres exarados, nós chegaríamos, com a mais absoluta tranqüilidade, sem necessidade de grande discussão, a uma equação, como, afinal, chegamos. Era isso, Sr. Presidente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente dos trabalhos, um esclarecimento apenas. Votado o Projeto e, depois, votados os destaques do Ver. Sebastião Melo, aprovados os destaques, a Emenda fica prejudicada, é isso?

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Não é isso que diz a orientação de votação.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: A orientação apenas diz que, no que tange à assistente social..., votado o destaque do Ver. Sebastião Melo, por exemplo, retirando os engenheiros, automaticamente, a Emenda fica prejudicada. No caso do assistente social, votada a Emenda do Ver. Sebastião Melo, prejudicada fica a Emenda na questão da Assistência Social. E, a meu juízo, Sr. Presidente dos trabalhos, ficaria - mas é uma consulta que faço – prejudicado também o cargo de engenheiro, porque, aprovado o destaque do Ver. Sebastião Melo, é subtraído, é retirado do texto, por uma decisão majoritária, da retirada da criação de cargos naquele item, no caso engenheiro. Eu entendo que uma Emenda, mesmo com número diferente, que tente ingressar novamente no Projeto oito cargos, estaria prejudicada. Portanto, eu chamo atenção, porque é uma coisa importante na votação, de que aprovados, a meu juízo, os destaques do Ver. Sebastião Melo, ficam prejudicadas as Emendas do nobre Ver. Nereu D’Avila.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Ver. Juarez, eu entendo da mesma forma que V. Ex.ª, mas eu tenho uma orientação de votação, da Diretoria Legislativa, que pede que seja, no final, votada, novamente, a Emenda. Porque há uma Emenda que precisa ser votada, e nós temos de cumprir.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Não é que ela precise ser votada; se ela ficar prejudicada, ela não será votada, Sr. Presidente.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Vereador, tentando contribuir com V. Ex.ª, ainda que seja desnecessário, dado a sua competência, eu só ressalto que a orientação que foi dada pode gerar algum tipo de confusão, porque diz o seguinte: (Lê.) “I – Votação do Projeto, com ressalva das expressões destacadas pelo Ver. Sebastião Melo. Sim - aprova o Projeto; Não - rejeita o Projeto. Aprovado o Projeto fica prejudicada a Emenda n.º 01, em relação aos cargos de Contador, por dispor de idêntica forma.”

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Não, só o do Contador.

 

O SR. REGINALDO PUJOL (Questão de Ordem): Então, a Emenda será votada, posteriormente, parcialmente, porque já estaria prejudicada com relação ao Contador.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente dos trabalhos, apenas para contribuir: é que na folha de orientação constou que, votado o Projeto, ficariam prejudicados apenas os destaques do Ver. Sebastião Melo. Mas, logicamente, significa que, votado o Projeto, também há necessidade da votação das Emendas.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Nós vamos votar as expressões destacadas.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Vota o Projeto e depois vota as expressões destacadas. É que faltou no cabeçalho que, vota-se o Projeto, logicamente com ressalva dos destaques e das Emendas se não forem prejudicadas. Nesse sentido.

Não sei se o Ver. Pujol concorda.

 

O SR. PRESIDENTE: Suspendemos a Sessão para que entremos em sintonia para a orientação de votação.

Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 18h01min.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel - 18h10min): Estão reabertos os trabalhos da presente Sessão. Ao que me consta, houve um acordo entre as Lideranças.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO (Requerimento): Sr. Presidente dos trabalhos, nós temos uma posição férrea sobre esta matéria e não vamos arredar dela um milímetro, mas eu me curvo a uma coisa que é maior para nós democratas e plurais: a vontade da maioria desta Casa. Sinto que tanto o Governo como a maioria da oposição quer caminhar na direção de aprovar os 28 cargos, porque esta Emenda foi costurada entre oposição e Governo. Eu, em nome disso, em nome da democracia e da maioria, vou pedir para retirar o meu destaque e vou-me abster dessa votação.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Comunico, então, ao Plenário, a retirada do destaque do Ver. Sebastião Melo.

Em votação nominal o PLE n.º 034/02. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 22 votos SIM e 01 ABSTENÇÃO.

Em votação a Emenda n.º 01 aposta ao PLE n.º 034/02. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADA por 21 votos SIM, 01 voto NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2254/01 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 142/01, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que institui linha especial de serviço de lotação para atendimento ao Bairro Belém Novo. Com Substitutivo nº 01.

 

Pareceres:

- da  CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela aprovação do Substitutivo nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Ervino Besson: pela rejeição do Projeto e aprovação do Substitutivo nº 01.

 

Observações:

- incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM, em 20-03-02;

- por resultar empatado, deixa de constar o Parecer da CCJ, ao Projeto, nos termos do art. 54, § 1º, do Regimento da CMPA.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL n.º 142/01, com Substitutivo n.º 01. (Pausa.) (Aparte inaudível.) Pode discutir, sim, eu estava lendo.

O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir o PLL n.º 142/01, com Substitutivo n.º 01.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente Ver. Nedel, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, eu acho que todo o Plenário entendeu a sua decisão, V. Ex.ª não havia anunciado a discussão. Agradeço a compreensão, porque realmente essa matéria merece que esta Câmara sobre ela se detenha, porque ela tem repercussão importante na Cidade e tem também alguns viéses que precisam ser verificados para que não venhamos a trazer uma ilusão a uma comunidade para algo que nós não temos a competência para iniciar o processo; não digo decidir, mas, no mínimo iniciar o processo.

O Projeto de Lei objetiva instituir uma linha especial de serviço de lotação para atendimento do Bairro Belém Novo e, depois de dizer isso, no art. 1.º, coloca em outros dispositivos prazo para que o Município sobre ele regule o Diploma Legislativo depois de aprovado, e diz ainda que a linha especial do serviço de lotação instituída por essa Lei terá no máximo 15 veículos de reserva. Sob o ponto de vista material, ou seja, o que é mais importante, a matéria não reúne, minimamente, condição de ser apreciada da forma como foi encaminhada. Há inúmeras comunidades que estão a requerer o aumento desse serviço especial, que é um serviço de grande qualidade. Alguns Vereadores aqui nesta Casa, por exemplo, têm um imenso contato com essa área - que não é o  meu caso -, eu lembro de dois agora: o Ver. Luiz Braz e o Ver. Isaac Ainhorn, que verifiquei, em vários debates sobre o serviço especial de transporte coletivo, como têm a ele se dedicado.

Para nós decidirmos aqui quais as comunidades para as quais isso deva ser ampliado, precisaríamos de uma discussão de muito mais fôlego, sob pena de estarmos cometendo uma injustiça com inúmeras comunidades que têm anseio ou no aumento desse serviço especial de transporte coletivo ou então na sua constituição. Eu não verifiquei no processo nenhuma audiência pública, não verifiquei nenhuma discussão mais coletiva que propiciasse inclusive que outras comunidades a ele aderissem, porque sei que querem o aumento desse tipo de transporte pelo qual tenho grande respeito e que gosto muito de utilizar, é o transporte que a população que tem condições de sair do transporte coletivo comum, Ver. Isaac, e que não queira usar o seu veículo individual e queira, na verdade, auxiliar na melhor circulação do trânsito; aqueles que não o conhecem deveriam conhecê-lo. Porque, Ver. Isaac Ainhorn, que conhece a matéria, V. Ex.ª sabe que é um transporte de grande qualidade e merece o nosso respeito.

O processo não apresenta aqui nenhuma discussão maior com a comunidade. De outra parte, nós não temos como iniciar um processo desses, porque o poder concedente não é o nosso Poder Legislativo - que tem funções da maior importância -, mas sob o ponto de vista da estrutura constitucional e legal – e digo que isso é secundário –, nós não podemos iniciar este tipo de matéria.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: Vereador, eu cumprimento V. Ex.ª por abrir o debate desta matéria; agora, quero transmitir a V. Ex.ª, na condição igual a de V. Ex.ª de Vereador desta Cidade - com representação popular, com o mandato da população para discutir os assuntos que a ela interessa -, que eu penso que se o Ver. Sebastião Melo, junto com o Ver. Ervino Besson apresentaram um Projeto dessa natureza, implantando a linha de ônibus, táxi-lotação, para Belém Novo, é porque é fruto de um trabalho comunitário que eles exercem diuturnamente. Eles fizeram esse trabalho, e embora não esteja nos autos esse procedimento, tantos outros processos do Executivo vieram, e de Vereadores do PT, que não vêm com a instrução de audiências realizadas no seio do processo, mas que vêm, intrinsecamente, com a representação popular de pleitear em nome da sociedade porto-alegrense, no caso de Belém Novo.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Isaac Ainhorn inscreve-se e cede seu tempo ao Ver. Juarez Pinheiro.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Muito me honra o aparte de V. Ex.ª, Ver. Isaac, de forma alguma eu quis dizer que o trabalho não tem importância, que não foi desenvolvido com a comunidade. O que eu disse, Ver. Sebastião Melo, é de que foi desenvolvido com uma comunidade da maior importância para esta Cidade. Conhecemos bem o Bairro Belém Novo, as suas carências; eu disse que foi uma discussão parcial, no sentido de que foi com uma comunidade. Foi essa a observação. Jamais eu iria buscar desconstituir, porque nem conheci como se constituiu nessa comunidade o debate, para buscar desqualificá-lo ou descredenciá-lo. Mas quero reforçar isso, Ver. Isaac, sob o ponto de vista da constitucionalidade.

O Ver. Isaac, pela primeira vez, meu Líder, me concedeu cinco minutos, que estou aqui tentando honrar.

Mas sob o ponto de vista constitucional eu acho muito difícil que venhamos a acenar para uma comunidade com algo que não temos competência para tal, aí eu falo sob o ponto de vista legal, dentro da estrutura jurídica deste País, que obedece, em primeiro lugar a Constituição Federal, a Constituição Estadual e as Leis Orgânicas, Ver. Luiz Braz. Fica patente que cabe a quem elege o Poder Executivo. Como foi o caso do Partido do Ver. Sebastião Melo, em nível Estadual. Há competência para concessões. É ele que tem os estudos, é ele que tem a competência de ordem jurídica para promover as concessões; portanto, quem não tem competência para conceder algo, a meu juízo, não pode alterar a competência da autoridade concedente. Então, sob o ponto de vista de ordem constitucional, sob o ponto de vista de ordem legal, não há qualquer possibilidade de esse processo ter êxito. E aí a minha preocupação de que venha a ser estampada nos jornais a possibilidade de aprovação de uma linha desse transporte tão especial e tão qualificado para o Bairro Belém Novo. E depois, por razões do ponto de vista legal, Vereador, eu estou colocando que só quem pode alterar a concessão é quem tem um poder concedente. Só dá quem tem. Não pode dar quem não tem. E nesse sentido quero fazer essa observação, mas de qualquer forma é a minha visão, Ver. Isaac, respeito quem tiver uma posição que o Ver. Luiz Braz talvez tenha, divergindo de mim nessas questões, mas eu, tranqüilamente, quero informar que podemos estar aqui fazendo um engodo. Enganando não por nossa disposição, porque o Vereador deve estar preocupado mesmo em melhorar o transporte daquela região da Cidade, mas poderemos fazer aqui um engodo. Isso é algo de que hoje já falei no início da Sessão, sob o ponto de vista da nossa responsabilidade de fazermos bem aquilo para que temos competência e não iludirmos a população com aquilo para que não temos a competência legal constitucional: iniciar o processo. Mas essa é uma visão minha e respeito quem tiver uma posição contrária a ela. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLL n.º 142/01, com Substitutivo n.º 01.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente dos trabalhos, João Carlos Nedel. Ver. Isaac Ainhorn, V. Ex.ª sabe que eu tenho tido grandes alegrias no exercício do mandato, e algumas decepções. E este é um momento de decepção. Quando foi para serem votados os cargos para o Executivo, nós tínhamos aqui 22, 23 Vereadores. Agora, nós estamos vendo muitos dos colegas Vereadores que estavam aqui, assíduos para votar os cargos do Executivo, inclusive, alguns da oposição - faça-se justiça -; agora para discutir o transporte para uma comunidade, Ver. Ervino, do Belém Novo, que há mais de 10 anos faz de tantas reuniões... Quando V. Ex.ª foi Vereador, no outro mandato, V. Ex.ª esteve presente, como eu, em tantas reuniões da Igreja Belém Novo, com todas as nossas lideranças, querendo um transporte seletivo para aquela região. Quero dizer o porquê deste Projeto. Lá no início do mandato nós tentamos fazer interlocuções, por várias vezes, com o Secretário de Transportes, insistentemente, e ele nunca nos respondeu para esse debate. Não vamos aqui “tapar o sol com a peneira grossa”. Nessa briga da ATP com a ATL, quem sai prejudicado é o povo. Quero transporte seletivo, Ver. Juarez, e todas as comunidades querem. As pessoas têm o direito de ter alternativas. Agora, o poder público local, o Executivo, tem que encaminhar essa matéria com seriedade. Eu não sou nem defensor da ATP, nem defensor da ATL, sou defensor do povo, Ver. Isaac. Agora há essa briga entre essas duas instituições, porque a ATL quer colocar no Belém Novo, como quer colocar na Restinga, como quer colocar na Lomba do Pinheiro, mas a ATP diz que não dá para colocar porque vai desequilibrar o índice de passageiro por quilômetro. E essa coisa vem há um ano, dois anos, três anos, quatro anos, cinco anos, seis anos, e a população do Belém Novo querendo ter lotação e não tem lotação.

Eu acho sim, Ver. Juarez, não vou entrar nesse formalismo, que devemos enfrentar essa questão, tchê! Esta questão está madura nesta Cidade, Ver. Isaac. Não dá mais!

Quando se quer aumentar a tarifa de ônibus, a ATL vem para o jornal: “Não pode aumentar mais.” Aí, o Prefeito diz: “Não tem que aumentar senão vai desequilibrar o processo dos ônibus.” Eu quero colocar lotação lá e não dá para colocar!

Eu acho que nós deveríamos fazer não sei se uma Comissão Especial, não sei se uma Comissão da Casa, não sei se várias comissões reunidas. Eu mesmo tenho um Projeto que, com certeza, vai ser aperfeiçoado por esta Casa, inclusive o Relator desse Projeto é o Ver. Isaac, tratando das tarifas de ônibus.

Eu acho, Ver. Ervino, que nós temos que envolver uma grande discussão; agora, a população não pode ser a grande penalizada nessa questão! Porque o cidadão quer o lotação, não está pedindo nenhum favor para o Poder Público, num bairro que é distante do Centro de Porto Alegre, que é o nosso querido Belém Novo.

Portanto, ele pede o lotação, não pede favor para o Poder Público. E em nome dessa guerra entre duas instituições, quem é que perde? A população, mas não é só Belém Novo. Existem outras localidades em que esse serviço pode ser instituído. Se ele tem de ser instituído pela ATP, se nós temos que reunir tudo isso num consórcio só, não sei se é o caminho. Agora, a verdade, a verdade é que nós precisamos, na minha avaliação, dar um encaminhamento mais positivo sobre essa matéria. Porque nós temos, não discutido apenas no Belém Novo, mas em várias outras localidades.

Eu quero finalizar, Ver. Juarez, se essa lógica das concessões valesse, nos últimos anos, várias outras linhas foram concedidas aos ônibus e V. Ex.ª sabe disso e, no entanto, para os lotações não. Esse conflito é um conflito complicado! Para os ônibus tem acontecido, para os lotações não!

Mas eu quero voltar ao fulcro da questão, que é a população. A população precisa ser atendida e quer ser atendida pelo serviço seletivo de ônibus.

Eu acho que ela merece, tentamos negociar antes, não foi possível, só depois de muita tentativa nós colocamos o Projeto e, evidentemente, queremos submetê-lo ao Plenário desta Casa. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir o PLL n.º 142/01, com Substitutivo n.º 01.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente dos trabalhos e Srs. Vereadores, orgulho-me de dizer que conheço um pouquinho da história desta Cidade, mas conheço bastante a história da SMT. Coincidentemente, hoje uso na lapela um distintivo de ouro que é o brasão da Cidade, que ganhei, na Secretaria Municipal de Transportes, quando ela completava o seu primeiro ano. O Secretário Pedro Tasso Gongalez ofereceu-me esse distintivo, porque eu era o Diretor da Diretoria de Planejamento e Fiscalização. Depois, a Secretaria foi reestruturada, e eu passei a ser o assistente técnico. Depois disso, duas vezes fui Secretário de Transportes. Na segunda vez em que fui Secretário de Transportes, havia a idéia do táxi-lotação em Porto Alegre. Eu era contrário, sem dúvida nenhuma contrário. Eu achava o transporte perigoso, porque o táxi-lotação era feito em camionetes kombi com portas para os dois lados, abrindo para a rua, e a pessoa descendo e correndo o risco de ser atropelada. No dia em que cheguei à Secretaria Municipal de Transportes, eu disse: “A partir de hoje não entra mais nenhum táxi-lotação”. O Decreto que instituiu o serviço, depois da Lei feita na Câmara, estabeleceu 740 veículos em diversas linhas da Cidade. Já haviam entrado 403 veículos, mas, como eu determinei que não entrasse mais nenhum, a Secretaria Municipal de Transporte pensa até hoje que esse número é uma lei, mas não existe nada. O que mais me preocupa, e eu sou sem dúvida nenhuma contrário a que se faça uma lei para estabelecer uma linha de transporte... Há outras linhas de transporte de lotação feitas na Casa, e a Secretaria Municipal de Transportes acho que, se cumpriu 10% das leis aprovadas, cumpriu muito, mas não foi por iniciativa da Secretaria, foi por problemas que ocorreram, e a Secretaria fez. O que eu não consigo entender é que a Secretaria Municipal de Transportes não dialogue nem com a população, nem com os proprietários de lotações na sua Associação, a ATL - Associação de Transportes de Lotação. Então, isso eu não consigo entender.

A Prefeitura, através de sua Bancada, neste Plenário, sempre diz que o Orçamento Participativo é que resolve, e que no passado não se resolvia nada, a não ser por canetaço ou por pedido de Vereadores. Não era nada assim, nós dialogávamos, nós íamos nas vilas, nós íamos nas Associações de Bairros e discutíamos as linhas de ônibus. Eu fiz muitas madrugadas discutindo o transporte coletivo nesta Cidade, muitas; fiz muitas reuniões em Associações de Bairros trocando idéias; fiz o primeiro plano de transporte coletivo para esta Cidade. Eles agora estão dizendo que estão fazendo o primeiro, mas não, esse vai ser o segundo. O primeiro está feito, está lá na Secretaria registrado. Eles podem dizer que o novo é o primeiro. Então, eu não entendo como não há diálogo. Realmente tem razão o Ver. Sebastião Melo: a população pede, vamos discutir com a população, vamos trocar idéias, mas os doutos se encastelam e não atendem este Vereador quando ele pretende falar, o Secretário não atende. E depois brinca comigo, que foi meu funcionário, quando eu Prefeito, e usava a estrela do PT no carro dele, e eu não fazia nada. Mas é claro, eu era democrata e continuo sendo democrata. Ele é meu amigo, mas não me atende. E isso eu não entendo. Por isso, não entendendo essa falta de debate, eu vou ter que votar favoravelmente, ainda que eu entenda que ele não vai cumprir. Mas eu vou votar favoravelmente. Saúde e paz!

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Carlos Pestana está com a palavra para discutir o PLL n.º 142/01, com Substitutivo n.º 01.

 

O SR. CARLOS PESTANA: Ver. Nedel, presidindo os trabalhos, demais Vereadores e Vereadoras, eu não tenho a experiência do Ver. João Dib, mas tive a oportunidade de, no primeiro Governo da Administração Popular, trabalhar na Cia. Carris Porto-Alegrense, que, diga-se de passagem, não por nós, mas por uma votação em todo o País, foi considerada a melhor empresa de ônibus, tanto pública como privada em nosso País, fruto de um trabalho que a nossa Administração já vem desenvolvendo há alguns anos nesta Cidade. Então, tive o prazer e o orgulho de trabalhar naquela empresa, que é uma empresa extremamente eficiente, que é uma demonstração também de que o setor público tem condições e capacidade de ser extremamente eficiente. Quero também destacar que não só em transporte coletivo no que diz respeito a ônibus, mas em transporte coletivo de um modo geral, Porto Alegre hoje tem um dos melhores sistemas de transporte coletivo no País. Se estabelecermos um paralelo com cidades como São Paulo, onde o antigo Prefeito Pitta promoveu a desregulamentação do setor de transporte coletivo, a gente observa hoje a bagunça que é o transporte coletivo naquela cidade. Isso também vale, em menor grau, para o Rio de Janeiro, onde não há a eficiência que nós temos hoje na questão do transporte coletivo. No fim de semana que passou, visitei o Rio de Janeiro e tive a oportunidade de observar que há uma série de “peruas” irregulares transitando, coisa que aqui em Porto Alegre felizmente não existe. E não existe porque temos um transporte coletivo eficiente.

Eu concordo com o Ver. Isaac Ainhorn, embora seja um defensor árduo do Orçamento Participativo, de que qualquer Vereador desta Casa tem não só o direito mas o dever de propor alternativas, sugerir iniciativas, para o Executivo, que estejam sendo solicitadas pela população de Porto Alegre. Essa legitimidade é inegável, é inquestionável. O que eu venho questionar é que esse tipo de proposta tem de estar balisada num estudo feito a partir de uma compreensão do funcionamento do nosso sistema coletivo. Eu tenho a certeza e a convicção - e não questiono a legitimidade nem a necessidade da população de Belém Novo em ter um lotação - de que o Poder Executivo, em particular a EPTC, é sensível para fazer essa discussão com o conjunto dos moradores e inclusive com os Vereadores proponentes dessa matéria. Agora, eu sou contrário ao Projeto - e aí acho que o Ver. Juarez Pinheiro foi muito feliz -, porque cabe ao Poder Executivo, que é o poder concedente e responsável pela operação do transporte público na nossa Cidade, legislar sobre essa matéria. Então, nesse sentido, eu vou votar contra. Mas quero fazer estes dois destaques: que o sistema de transporte coletivo, seja o seletivo do lotação, seja o transporte feito por ônibus, é, na nossa Cidade, o mais eficiente do País. Em segundo lugar, quero destacar que sou contrário, não por questionar a legitimidade do Projeto. Tenho certeza de que, se o Ver. Ervino Besson bem como o Ver. Sebastião Melo vieram trazer isso através de Projeto, é porque deve ter alguma espécie de demanda naquela área, mas fundamentalmente porque é uma ilegalidade. Compete exclusivamente ao Poder Executivo, o Poder concedente dessa área, legislar e administrar essas situações. Faço aqui esse registro e sugiro ao Ver. Besson, autor da matéria, que se promova uma discussão com a EPTC no sentido de viabilizar ou pelo menos entender as razões pelas quais ainda não foi implementado um projeto de lotação para aquela área do Belém Novo. Sempre fazendo um registro para quem lembra o que era o transporte coletivo para a Região Sul e o que é hoje e ver o quanto melhorou e o quanto Porto Alegre deu um salto de qualidade nessa área, o que faz com que a nossa Cidade seja a melhor cidade no ponto de vista do transporte coletivo do nosso País. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Zé Valdir está com a palavra para discutir o PLL n.º 142/01, com  Substitutivo n.º 01.

 

O SR. ZÉ VALDIR: Sr. Presidente dos trabalhos, Sr.as Vereadoras e Srs. Vereadores, uma das maiores conquistas para a democracia foi a separação dos Poderes - a origem está no Espírito das Leis, de Montesquieu -, porque ela estabelece que quem administra não legisla, quem legisla não administra, e quem administra ou legisla não julga. Isso possibilita dentro da democracia o equilíbrio, e é isso que esse tipo de projeto fere. Se tiver algum jurista ou constitucionalista nos ouvindo, nos assistindo pela TVCâmara, vai ficar horrorizado com esse tipo de projeto que nós apresentamos aqui, e mais horrorizado ainda quando alguns Vereadores dizem o seguinte: ”Eu sei que ele é inconstitucional, eu sei que não é competência do Legislativo, mas eu vou fazer, vou votar a favor, porque isso é uma forma de disputa”. Ora, a defesa do ordenamento jurídico é uma responsabilidade de todos nós. Nós temos de defender o princípio das competências, o princípio da não-invasão de Poderes, porque, primeiro, isso está dentro do ordenamento jurídico; segundo, porque é uma questão educativa para o povo. Eu acho que nós, Vereadores, não podemos, de maneira nenhuma, passar a ilusão para as pessoas, para os eleitores, para a sociedade, de que aqui na Câmara nós podemos fazer toda e qualquer Lei, porque não é assim. Não é assim! Se nós fizermos isso, nós estaremos sendo extremamente deseducativos, para não dizer outra coisa. Poderia até dizer, mas não usaria esse termo demagógico, porque o ordenamento não permite e mais do que isso, imaginem se os Vereadores aqui do Legislativo ou do mundo inteiro, em qualquer lugar, pudessem fazer qualquer tipo de lei, cada um faria uma lei tentando resolver os problemas dos seus eleitores, da comunidade de quem ele recebeu os seus votos e isso tornaria inadministrável o orçamento público.

É por isso que a quem compete fazer esse tipo de projeto e encaminhar esse tipo de ação é o Executivo, porque é o Executivo que coordena os recursos, é ele quem administra também a chamada máquina administrativa. Então, quando fazemos esse tipo de Projeto, invadimos claramente a competência do Executivo. Por isso é que a Câmara, muitas vezes... Aí fica também uma situação de reclamar quando, supostamente, o Executivo atropela a Câmara.

A outra questão é que eu venho da Zona Norte, onde tínhamos o pior transporte coletivo, onde os ônibus quebravam nas esquinas, o pior transporte coletivo. Hoje, existe um movimento lá, onde uma das reivindicações é de fato a extensão do táxi-lotação. Agora, as lideranças sabem lá que isso não será com um canetaço do Legislativo que irão conseguir. Essa é uma luta que temos de pensar no sistema de transporte, porque, ao mesmo tempo, e o Ver. Sebastião Melo tem razão quando diz que a população, principalmente a da periferia que não tem esse serviço, quer esse serviço. Mas também é verdade que a população não quer o desmonte do serviço de transporte, que melhorou muito nesta Cidade. A população não quer que o transporte coletivo volte a ser aquele que tínhamos há alguns anos, quando os ônibus quebravam nas esquinas, quando não tínhamos qualidade e o preço das passagens era exorbitante.

Então, esse tipo de coisa não queremos e, se não tivermos uma visão integrada, uma visão sistêmica, se não pensarmos essa questão da expansão do táxi-lotação junto com a qualificação do sistema de transporte, nós nos colocaremos em risco - por isso é fundamental ter uma visão sistêmica, fazer uma análise do conjunto do sistema de transportes; não podemos ficar a granel -, o Legislativo, de fazer leis completamente inconstitucionais, de fazer leis a granel para resolver pontualmente um problema aqui ou ali. Primeiro, isso não tem eficácia nenhuma, porque é uma invasão tão brutal de competência que não vai transitar, é uma invasão grotesca, eu diria até, da competência do Executivo. Então, não vai medrar, isso não vai ter resultado, não vai ter eficácia.

Segundo, isso é irresponsável, porque joga para a população um poder que supostamente a Câmara não tem, não educa politicamente; é irresponsável, porque, se esse tipo de projeto for possível, quebra tudo, quebra a Prefeitura, quebra o sistema de transporte, porque cada Vereador vai poder fazer agora todo e qualquer tipo de lei, criando despesa, não teremos mais separação de poderes, e isso se tornará um caos.

Por isso que o princípio da separação dos poderes, do respeito às competências é um princípio que nós, Vereadores, mais do que nunca, que defendemos a democracia, temos que defender esse princípio, porque, no dia em que nós não tivermos mais esse princípio, nós estaremos ferindo de morte o processo democrático. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Marcelo Danéris solicita verificação de quórum. (Pausa.) Visivelmente não há quórum.

 

(Aparte anti-regimental do Ver. Sebastião Melo).

 

V. Ex.ª estava inscrito antes e, portanto, V. Ex.ª é quem deveria ter ido à tribuna. E antes do Ver. Ervino Besson ainda estava inscrito o Ver. Marcelo Danéris.

Verificação nominal de quórum por solicitação do Ver. Sebastião Melo.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, V. Ex.ª não pode fazer verificação de quórum com orador na tribuna.

 

O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Vereador estava indevidamente na tribuna, não era a sua vez. Eu não anunciei a presença dele e havia uma ordem de inscrição em que o Ver. Haroldo de Souza cedeu seu tempo para o Ver. Sebastião Melo; depois viria o Ver. Marcelo Danéris e somente depois o ilustre Ver. Ervino Besson. Aceito as observações, mas estou acompanhando devidamente.

Solicito a verificação nominal de quórum. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Não havendo quórum, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h50min.)

 

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